twitter

BE critica adiamento de 11 meses de consulta de psiquiatria no Hospital de Braga

BE critica adiamento de 11 meses de consulta de psiquiatria no Hospital de Braga
Fotografia

Publicado em 27 de maio de 2020, às 10:35

Uma “situação inaceitável, que deve ser alvo de intervenção e reparação urgentes”, consideram os responsáveis.

O Bloco de Esquerda criticou hoje o adiamento por quase 11 meses de uma consulta de psiquiatria no Hospital de Braga, considerando tratar-se de uma “situação inaceitável, que deve ser alvo de intervenção e reparação urgentes”. Contactado pela Lusa, o hospital refere que não está em causa uma primeira consulta, que o doente em questão não apresenta uma situação clínica grave e que a médica que o acompanha está ausente por tempo prolongado, tendo havido uma remarcação automática das suas consultas. “Na especialidade de psiquiatria, todos os casos considerados clinicamente graves estão a ser vistos em consulta”, acrescenta. Em comunicado, o Bloco de Esquerda (BE) refere que o doente tinha consulta agendada para o dia 01 de abril, mas no final de março recebeu uma carta do hospital informando-o que a consulta foi remarcada para 17 de fevereiro de 2021. “O BE pretende aferir o que se passa para que tal situação esteja a suceder: se se trata de um lapso, deverá o Hospital de Braga proceder à sua reparação. Se se trata efetivamente da data para a qual estão a ser remarcadas consultas, estamos perante uma situação inaceitável que deve ser alvo de intervenção e reparação urgentes”, lê-se no comunicado. Reconhecendo que, com a pandemia de covid-19, muita atividade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) teve de ser suspensa, o Bloco defende que agora deve haver um “investimento significativo para que essa atividade seja recuperada rapidamente, sem adicionar meses de espera por uma consulta”. Por isso, o BE apresentou, na Assembleia da República, uma pergunta dirigida à ministra da Saúde, para saber se Marta Temido tem conhecimento daquela situação e que medidas estão a ser tomadas para reforçar as instituições do SNS, capacitando-as para a recuperação imediata da atividade desprogramada. Na resposta à Lusa, o Hospital de Braga explica que os tempos máximos de resposta garantidos apenas se aplicam às primeiras consultas, o que, acrescenta, não é o caso do doente em questão, que já ali vem sendo acompanhado na especialidade de psiquiatria. Diz ainda que o doente em questão “não apresenta uma situação clínica grave”, estando também a ser acompanhado em psicologia, com consultas agendadas para os próximos meses. Sublinha que a médica que acompanha o doente está ausente por tempo prolongado, tendo havido uma remarcação automática das suas consultas. “No entanto, a situação já está a ser analisada caso a caso”, vinca. Ainda segundo o hospital, atualmente, o tempo médio de espera para primeiras consultas de psiquiatria é de 200 dias, “ficando o mesmo a dever-se, também, pelo efeito incontornável da pandemia que estamos a viver”. “Realça-se, no entanto, que o combate às listas de espera são uma preocupação presente, sendo a retoma das mesmas, em tempo de covid-19, uma prioridade”, remata.
Autor: Redação/Lusa