António Ferreira é chefe dos escuteiros da Sé. Desde criança que, segundo se lembra, o Agrupamento n.º 1 da Sé participa na organização das procissões da Semana Santa de Braga, para além de outras típicas da cidade, como a do S. João e a procissão ao Sameiro (aqui com a tarefa da distribuição de água e primeiros socorros). Mais recentemente, através de uma parceria estabelecida com a Câmara Municipal de Braga, a participação estende-se a outros cortejos como os da Braga Romana e a Parada de Natal.
No caso das procissões da Semana Santa, fica a cargo de entre sete a dez elementos do Agrupamento a comunicação via rádio de modo a orientar todo o percurso. Ao todo, cada cortejo conta com o apoio de sete rádios. Os elementos novos do Agrupamento acompanham os mais velhos, ganhando assim traquejo para lhes seguirem os passos quando forem dirigentes.
Para António Ferreira, trata-se de um trabalho «indispensável». «Os que vão à frente vão-nos dizendo quantos metros temos de andar depois de sair o andor, por exemplo. Também já sabemos onde para cada procissão e qual o compasso, de modo a que depois não haja espaços e vá tudo seguido», explicou.
Participar nestas cerimónias é, para o responsável, «um momento especial», até porque «o escutismo e a Igreja estão de mãos dadas». António Ferreira destacou, também, a importância destas participações na própria formação das crianças e jovens, que aprendem sobre «o respeito mútuo» e «a saber comportar-se».
Natural da Sé, o dirigente acredita que, atualmente, «as coisas têm melhorado» no que à Semana Santa diz respeito. «Nos anos 80/90 as pessoas não tinham muito respeito, falavam, mas agora voltou a haver respeito, nota-se mais o silêncio. As pessoas hoje sentem a Semana Santa como sendo sua», considerou.
Autor: António Ferreira
«As pessoas hoje sentem a Semana Santa como sua»
Publicado em 20 de março de 2019, às 10:36