«Ao trazer o tema da violência no namoro para a atualidade, o Presépo de Priscos deixa-nos a todos uma mensagem muito forte. Mas mais forte ainda é o testemunho que a Marta [Nogueira] nos deixa a todos nós, com a sua presença aqui no Presépio», disse D. José Cordeiro. O Arcebispo Primaz falava aos jornalistas à margem da cerimónia de inauguração do Presépio de Priscos e depois da jovem Marta Nogueira, a convidada especial para a edição de 2022, ter feito uma caminhada de cerca de 45 minutos pela viagem ao tempo de Jesus. A jovem, que em 2015 foi baleada na cabeça pelo ex-namorado que a quis matar, visitou todo o presépio de canadianas, numa verdadeira peregrinação contra a violência no namoro.
«Quando conversei com o padre João Torres, [pároco de Priscos], aquando da preparação deste presépio que já vai na décima sexta edição, percebemos que a marca daquilo que está em crescendo na sociedade, infelizmente, é a violência doméstica», acrescentou D. José Cordeiro, sublinhando que essa forma de violência «é visível de um modo especial, no namoro, onde não devia existir, porque é a contradição daquilo que deve ser o lugar do conhecimento recíproco do amor».
O Arcebispo Metropolita de Braga destacou que o tema proposto pelo Presépio de Priscos para uma reflexão profunda sobre um dos males que mais afetam a juventude é também uma mensagem central do Natal, que não pode ser infantilizado.
«O amor é um apelo forte do Natal. Nunca podemos infantilizar o Natal. O Natal é para as causas maiores, porque Deus fez-se como nós para que nós possamos ser como Deus e, sobretudo, mais humanos e mais irmãos e irmãs uns dos outros».
Naquela que foi a sua segunda visita ao maior presépio da Europa - D. José Cordeiro esteve no Presépio de Priscos em 2021, após ter sido nomeado para Arcebispo de Braga -, o Primaz das Espanhas não escondeu «a muita alegria por estar num lugar de peregrinação neste tempo de Natal».
«E a minha peregrinação também continua, porque daqui parto para Moçambique, em missão. Simbolicamente, também o pároco que está agora em Priscos fez missão em Moçambique», destacou D. José Cordeiro, sublinhando que a ligação do Presépio de Priscos à missão que a Arquidiocese de Braga realiza há vários na Diocese de Pemba, em Moçambique, também deixa a mensagem de que «o presépio é o lugar onde Deus nos visita e nos torna o coração mais humano».
Autor: Joaquim Martins Fernandes