A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas realizou ontem um encontro em Braga, escolhendo esta cidade como reconhecimento pelo facto de o Município ter sido agraciado com a Bandeira (grau palma) dos Municípios Familiarmente Responsáveis.
Ricardo Rio disse que se é com satisfação que o município a que preside acolhe tal distinção, «muito mais satisfeito» sustenta ficar por Braga «materializar políticas favoráveis às famílias no dia a dia».
O presidente da Câmara disse que «a dimensão económica é muito importante» para que as famílias possam sentir-se realmente apoiadas e destacou as medidas fiscais que têm sido disponibilizadas aos municípios para que descriminem positivamente as famílias mais carenciadas e as famílias numerosas, concretamente em sede de IRS e IMI.
Mas também indicou os vários tarifários de serviços municipais, concretamente o da água. «Reduzimos quase a 50% a tarifa para as famílias numerosas», indicou.
Ricardo Rio disse acreditar «muito na capacidade transformadora do poder local, pois é onde há mais capacidade de agir mesmo com menores recursos».
A oferta dos manuais escolares, o apoio nas refeições nas cantinas escolares mesmo em pausas letivas, na área da saúde com os projetos "Braga a Sorrir", "Pimpolho", e a vacinação de crianças, foram outras das medidas concretas que a Câmara de Braga executa e que foram enumeradas pelo presidente do executivo municipal.
«Há medidas que não exigem grande esforço financeiro e que marcam a diferença na vida das famílias», sublinhou Ricardo Rio, apontando que essas mesmas medidas dependem mais de «opções políticas». E concluiu dizendo que Braga quer continuar a afirmar-se como um município jovem.
Portugal precisa de 20 anos de políticas de incentivo à natalidade
O coordenador do Estudo sobre Política de Natalidade para Portugal, Joaquim Azevedo, foi ontem agraciado em Braga com o prémio "Personalidade" da Confederação Europeia das Famílias Numerosas.
Aos presentes no encontro alertou que Portugal perdeu em quatro anos 20% dos nascimentos e que a recuperação que agora parece existir é ainda muito ténue.
«É preciso que quem nos governa apoie os portugueses que podem ter filhos, os que querem ter filhos e os que gostariam de ter mais filhos, durante 20 anos», defendeu Joaquim Azevedo, lamentando que nenhum partido em Portugal «assuma esta bandeira».
Aliás, foi corrosivo na crítica aos responsáveis políticos nacionais: «Fazem do futuro a lixeira do presente. Não sei onde têm a cabeça; talvez só nas SMS»...
Joaquim Azevedo elogiou Ricardo Rio pelas políticas favoráveis à família e à natalidade em Braga e considera mesmo que «políticas sérias, consistentes e com resultados só serão possíveis através das autarquias».
A presidente da APFN, Rita Mendes Correia, disse que as autarquias são «o Estado mais próximo das famílias» e que são «fundamentais».
Autor: Álvaro Magalhães