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Ambiente e racismo na mesma luta da greve climática estudantil que passa hoje por Braga

Ambiente e racismo na mesma luta da greve climática estudantil que passa hoje por Braga
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Publicado em 24 de setembro de 2021, às 09:41

Hoje, às 18h00, na Praça do Município.

O ambiente é apenas uma das causas da Greve Climática estudantil de hoje, cuja "narrativa" distribuída aos ativistas equipara a crise climática ao «sexismo, racismo», discriminação de deficientes e «desigualdade de classe». Braga é uma das 14 cidades portuguesas que acolhe este protesto, estando a ação agendada para as 18h00 de hoje, na Praça do Município. «A crise climática não existe num vácuo. Outras crises socioeconómicas como o racismo, o sexismo, a discriminação de deficientes, desigualdade de classe e outras amplificam a crise do clima e vice-versa», lê-se num manifesto divulgado na página internet do movimento "Fridays for Future". Nele se fornece aos ativistas que aderem ao protesto uma "narrativa" em que o inimigo do movimento surge claramente identificado: «a elite do Norte Global que causou a destruição das terras dos 'Povos e Áreas Mais Afetados' através do colonialismo, imperialismo, injustiças sistémicas e ganância cruel que acabou por causar o aquecimento do planeta». É esse "Norte Global" que é «responsável por cerca de 92 por cento das emissões em excesso", refere o “Fridays for Future», que considera que a maior parte dos roteiros para a neutralidade carbónica pecam por implicar «efeitos secundários arriscados para as populações locais», como a perda de território para as florestas que se pretende plantar. «Precisamos de planos concretos e orçamentos carbónicos anuais, não os planos vagos de neutralidade carbónica com que os líderes mundiais têm acenado», defendem. Outras medidas que pedem são «reparações climáticas antirracistas», o cancelamento de dívidas decorrentes de fenómenos climáticos extremos e «fundos de adaptação» que sirvam as comunidades. A nível mundial, é na Europa que estão agendadas a maior parte das ações inscritas na página do "Fridays for Future". O movimento realiza protestos desde 2018, ano em que Greta Thunberg faltou às aulas em frente ao parlamento sueco.
Autor: Rita Cunha