O Arcebispo de Braga alertou ontem para a necessidade de um maior investimento na área dos cuidados paliativos que garantam qualidade de vida numa época em que a esperança média de vida é cada vez mais longa.
«A morte é parte integrante da vida, mas viver a vida com dignidade até ao fim do fim é o maior sentido de humanidade, porque hoje o maior desafio é humanizar a humanidade. Precisamos de mais cuidados qualitativos. O Estado tem de investir mais nos cuidados paliativos porque a vida hoje é vivida por mais anos, mas vivida com muita fragilidade», referiu hoje, à margem das III Jornadas de Cuidados Paliativos d’O Poverello, sob o tema “PaliArTe”, que decorrem na Colunata de Eventos, no Bom Jesus.
Segundo D. José Cordeiro, em estruturas de saúde como O Poverello, assim como nos cuidados informais em casa, «é preciso muito maior atenção, muito maior cuidado, porque uma sociedade reconhece-se na sua dignidade e na sua humanidade pelo valor que dá à vida até ao fim do fim». «Não é só enquanto se é ativo e produtivo, mas até aquilo que a providência de Deus permite. Para nós a vida não termina com a morte, ela vai para lá da morte. Daí que o tratar a vida com dignidade é acreditar na Páscoa, é acreditar na ressurreição, é acreditar no horizonte maior da esperança», destacou.