Cerca de 1300 escuteiros estão a participar, até terça-feira, no VIII ACANUC - Acampamento de Núcleo de Braga do Corpo Nacional de Escuteiros, em ambiente de festa e de partilha, tendo como campo principal o Regimento de Cavalaria 6 (RC6).
Sob o lema “Sê herói do amanhã, inspira e transforma”, centrado na história e figura de S. Jorge, patrono mundial do escutismo, o encontro regressa após 12 anos desafiando os jovens à construção da paz, à resiliência e ao compromisso com um mundo mais humano.
Na cerimónia de abertura, hoje, o Arcebispo Emérito de Braga, D. Jorge Ortiga, apelou aos jovens escuteiros para que não tenham medo de «impelir a canoa do escutismo» neste tempo de incerteza.
«Ser escuteiro hoje exige coragem para remar contra a corrente. O mundo está em convulsão, mas é preciso acreditar que o podemos deixar melhor do que o encontrámos», afirmou, citando o testamento do fundador Baden-Powell.
O Chefe Nacional Adjunto do CNE, Paulo Pinto, desafiou os jovens a serem construtores de paz e resilientes.
«Às vezes achamos que a guerra está longe, mas também existe quando andamos em conflito com os nossos companheiros. Construir a paz é ter gestos de amor no dia-a-dia», sublinhou, acrescentando que a capacidade de superação deve ser cultivada, mesmo nos pequenos desafios do acampamento.
O ACANUC, uma das principais atividades do Núcleo de Braga, celebra o espírito de fraternidade e serviço, este ano com um imaginário centrado em S. Jorge que desafia cada Secção a explorar valores como a bondade, coragem, ousados e responsabilidade
Júlio Casal Novo, Chefe de Núcleo de Braga, reforçou a importância da atenção ao próximo, neste dias em que pode haver momentos mais difíceis. «Somos todos responsáveis uns pelos outros. Aqui, ninguém é diferente por ser estrangeiro ou por ter um sotaque distinto. Neste acampamento, todos somos iguais», disse.
A vice-presidente da Câmara Municipal de Braga, Sameiro Araújo, enalteceu a realização do evento na cidade pela primeira vez: «Este acampamento representa valores fundamentais como a paz, a cooperação e a sustentabilidade. O escutismo trabalha todas estas dimensões de forma integrada, com resultados visíveis».
O Regimento de Cavalaria 6, anfitrião do acampamento, abriu portas aos escuteiros num gesto de proximidade com a comunidade. O comandante, coronel José Pedro Mataloto, destacou os valores comuns entre escuteiros e militares, referindo que o trabalho de equipa, a disponibilidade, o servir e a paz unem estes dois organismos.
«É com alegria que recebemos estes jovens, que podem conhecer o regimento e até inspirar-se para o futuro», acrescentou.