A ex-eurodeputada Isabel Carvalhais, foi ontem homenageada num almoço que juntou no espaço Sameiro Eventos, em Braga, centenas de pessoas, incluindo reconhecidas figuras da sociedade civil e da política, que enalteceram o trabalho desenvolvido pela deputada ao Parlamento Europeu ao longo dos últimos cinco anos. Foram várias personalidades aquelas que deram o seu testemunho, agradecendo o contributo e o desempenho de Isabel Carvalhais, que foi deputada ao Parlamento Europeu desde as eleições de 2019, membro da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e da Comissão das Pescas.
À margem da cerimónia de homenagem, Isabel Carvalhais disse ao Diário do Minho sentir-se «muito honrada e com uma enorme alegria» por este reconhecimento, considerando que se trata de «uma oportunidade de retribuir o conhecimento e a gratidão a todas estas pessoas que são do partido, que são da sociedade civil, que são apartidárias, mas que, no fundo, me acompanharam, ao longo destes cinco anos». «Quando uma escola recebe um eurodeputado, quando uma autarquia nos recebe, sem querer, de uma forma indireta, está a fazer o caminho connosco e ninguém caminha sozinho. Isto tem uma dimensão de que eu não estava à espera, mas já que se concretizou, tomo-o como uma oportunidade de retribuir e de mostrar a minha gratidão por tudo aquilo que estas pessoas representam para mim», afirmou.
Acerca do seu percurso no Parlamento Europeu, Isabel Carvalhais não hesitou em afirmar que «foram cinco anos extraordinários, sem deslumbramentos». «Às vezes os deslumbramentos levam as pessoas a perderem a ideia de missão, a perderem o rumo e a noção daquilo que verdadeiramente as levou à concretização de um percurso», argumentou Isabel Carvalhais. Considerando este período no Parlamento «extraordinário» e «algo irrepetível na vida», a ex-eurodeputada adianta que levará esta experiência para outras «áreas e experiências de vida, sem deslumbramentos».
«Quero continuar a ter a certeza de que venho da sociedade civil, sou uma cidadã como as outras e é assim que nós devemos olhar os cargos públicos: no sentido de missão, de serviço público, e voltarmos novamente a entrar quando somos chamados, tendo essa disponibilidade, porque os cargos públicos não nos pertencem, antes somos nós que pertencemos à construção do bem comum», afirmou. Acerca da possibilidade de voltar a assumir um cargo público, Isabel Carvalhais refere que «depois do que sucedeu há cinco anos, não volta a dizer “desta água não beberei” . «Há sempre algo inesperado, maravilhoso. Não ando à procura. O caminho depois faz-se e para já é o regresso à vida académica, da qual nunca me desliguei e continuei a fazer sempre as orientações de mestrado e de doutoramento», contou. Isabel Carvalhais sai do Parlamento Europeu com o sentimento de “missão cumprida”, e afirma que nunca deixou de se ver como realmente é: «alguém que ensina e que aprende».