Ao longo de toda a manhã, os bracarenses deslocaram-se aos vários locais de voto espalhados pelo concelho para exercerem o seu direito de voto. Poucas filas, que se traduzem num reduzido – ou até mesmo nulo – tempo de espera foram o cenário desta manhã. A possibilidade de se poder votar em qualquer assembleia de voto é a novidade e poderá ter contribuído para uma maior fluidez, sobretudo nos locais com maior número de eleitores. Porém, nem todas as pessoas demonstraram ter conhecimento desta mudança e acabaram por votar no local onde estão recenseadas.
Pouco depois das 10h00, a Junta de Freguesia de Gualtar registava uma afluência dentro do normal. Algumas pessoas iam entrando e saindo do edifício. O tempo passado dentro era pouco porque quase não havia filas. Ao DM, os responsáveis pelas mesas de voto confirmaram que tudo estava a decorrer tranquilamente e que o sistema estava a funcionar devidamente.
Na EB 2,3 de Lamaçães, o cenário era semelhante, embora com uma afluência mais notória, também por se tratar de uma zona mais urbana e com mais habitações. Os eleitores iam-se deslocando para as mesas de voto e o direito era exercido em pouco tempo. «Demorei pouco mais de um minuto», disse Francisco Silva, que preferiu «tratar de tudo logo de manhã» para «ficar com a tarde livre». «Não há motivos para não votar. Quem quis até pôde votar no fim de semana passado e agora nem temos de ir a um local específico, pode ser em qualquer espaço», referiu.
Na Escola Secundária Carlos Amarante, apesar do elevado número de eleitores, uma vez que abarca a maior freguesia do concelho (S. Victor) também o direito de voto decorria com um tempo de espera bastante baixo e sem qualquer constrangimento. «Foi muito rápido. Mal tive de esperar. Tudo está bem organizado», considerou Alberto Queirós, desconhecendo que poderia votar em qualquer mesa de voto do país. «Por acaso desconhecia, mas é bom saber. Nunca se sabe se noutras eleições posso estar noutro sítio e até pode dar jeito», referiu. Joana Silva votou pela primeira vez nas Europeias e destacou a importância de combater a abstenção. «Li que nas últimas eleições para a Europa a abstenção foi muito elevada porque muitos desvalorizam, mas está errado. Cabe a cada um de nós vir às urnas. Não custa nada», vincou a jovem.
Um grupo de ciclistas fora de Braga aproveitou a possibilidade de votar em mobilidade para o fazer na Secundária Carlos Amarante.
Na Escola Secundária Sá de Miranda também a afluência era razoável, mas sem esperas. «Demoro mais às vezes para pedir um café», gracejou José Carvalho.
As mesas de voto para as eleições europeias abriram hoje às 08h00 em Portugal Continental e na Madeira, encerrando às 19:00. Nos Açores, abriram e encerram uma hora depois em relação à hora de Lisboa, devido à diferença horária.
Mais de 10,8 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro são chamados às urnas para escolher 21 dos 720 eurodeputados do Parlamento Europeu. Pela primeira vez, é possível votar sem ser na mesa de voto habitual, bastando apresentar um documento de identificação oficial com fotografia atualizada junto de qualquer assembleia de voto.
A estas eleições, para as quais se inscreveram para votar antecipadamente no passado domingo mais de 252.000 eleitores, concorrem em Portugal 17 partidos e coligações.
Em 2019, nas anteriores eleições europeias, Portugal registou a pior taxa de abstenção (68,6%) desde que pertence à União Europeia, em contraciclo com a participação na Europa, que foi de cerca de 50%.