O grupo de brasileiros denominado "Piquete Querência da Saudade", formado por gaúchos (cidadãos naturais do Rio Grande do Sul) que residem no distrito de Braga, lançou um apelo à comunidade minhota e portuguesa em geral para ajudar os seus conterrâneos, que estão a sofrer devido às inundações naquele estado.
"O Estado do Rio Grande do Sul e a sua capital, Porto Alegre, inicialmente chamada Porto dos Casais em homenagem aos casais açorianos que deram início à cidade, estão completamente destruídas pelas inundações que assolaram todo o Estado, num cenário que pode ser considerado a pior catástrofe ambiental de sempre no Brasil. É mesmo um cenário de guerra, totalmente desolador. A reconstrução será demorada e dolorosa, e toda a ajuda será necessária e bem-vinda", disse Thomaz Araújo, 39 anos, membro do grupo, ao Diário do Minho.
Segundo o empresário do sector das "pet shops", residente no distrito de Braga há sete anos e há cinco no concelho da Póvoa de Lanhoso, é possível fazer doações financeiras a partir de Portugal.
Quem quiser contribuir, pode aceder aos dados completos no site da iniciativa SOS Enchentes, promovida pelo governo do Estado.
O número de mortes provocadas pelas inundações no estado brasileiro do Rio Grande do Sul subiu para 90, segundo o último balanço divulgado hoje de manhã pelas autoridades locais.
O anterior balanço das autoridades apontava para 86 mortos e 134 desaparecidos.
Dados da Defesa Civil indicam ainda que há 361 feridos e 132 desaparecidos nos 388 municípios do Rio Grande do Sul atingidos pelas inundações.
O total de pessoas em abrigos está em 48.147, outras 155.741 pessoas foram desalojadas sendo que um total de 1.367.506 pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas que têm causado grande destruição desde o início da semana passada.
As autoridades brasileiras ainda estão focadas em resgatar sobreviventes isolados, ao mesmo tempo que trabalham para garantir energia e água à população atingida.
O governo regional do Rio Grande do Sul fez um alerta na noite desta segunda-feira para o risco de enchentes nos municípios localizados nas margens da Lagoa dos Patos.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) do Brasil alertou que o risco é agravado devido à frente fria que vai atingir a região sul do estado e provocará chuva e descida de temperatura esta semana.
O governo regional do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade na semana passada, situação que foi reconhecida pelo Governo central.
Em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, grandes áreas ainda estão inundadas.
O estado mais ao sul do Brasil tem sido bastante afetado pelas mudanças climáticas. Depois de ser afetado por uma forte seca devido ao fenómeno La Niña, no ano passado, a região passou a ser afetada pelo El Niño e registou em menos de 12 meses quatro desastres climáticos causados por ciclones extratropicais e tempestades.
Em 2023, registaram-se 75 mortos devido a desastres naturais neste estado brasileiro.