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Comércio espera resultados favoráveis apesar do mau tempo poder afastar consumidores

Comércio espera resultados favoráveis apesar do mau tempo poder afastar consumidores
Fotografia Avelino Lima

Jorge Oliveira

Jornalista

Publicado em 28 de março de 2024, às 19:50

Associação Empresarial de Braga mantém uma expetitiva positiva em relação às vendas nesta quadra festiva

A Semana Santa e Páscoa é para a cidade de Braga um período de grande pico das vendas do comércio e dos serviços, assim como da restauração e do alojamento. E este ano havia a expetativa de que a festa pascal pudesse voltar a alavancar as atividades económicas. Mas com o mau tempo, o desempenho no setor poderá fica aquém das expetativas. 

«Havia a expetativa de que durante esta semana pudesse haver aqui um balão de oxigénio para as empresas, que elas pudessem aumentar um pouco os proveitos e lançar-se para meses melhores na primavera e verão, mas o tempo não está a ajudar muito», diz o diretor-geral da Associação Empresarial de Braga (AEB).

Segundo Rui Marques, os comerciantes precisavam de alavancar as vendas porque este início de ano «está a ser marcado por um abrandamento mais acentuado da actividade económica sobretudo ao nível do consumo».

No lançamento da Semana Santa, a AEB estimava que esta quadra festiva, num cenário favorável, poderia representar um adicional de 14 milhões de euros na faturação do conjuntos dos negócios dos seus associados, no comércio tradicional, restauração e alojamento. 

Agora,  com as previsões meteorológicas a apontarem para dias de chuva com temperaturas menos convidadas a passeios na cidade, Rui Marques prevê uma semana com um impacto económico menor no setor,  podendo proveitos das vendas decrescer 20 por cento.

«Este setor está sempre muito dependente do factor tempo, seja no período de verão ou de inverno ou em qualquer outra estação.  Se estiver de chuva, obviamente o desempenho não será aquilo que os comerciantes esperam e que estavam a projetar», observa.

Porém, o  diretor-geral da AEB acrescenta que este condicionalismo ligado ao estado do tempo não é novidade para os empresários nem para a cidade.

«Há anos que correm melhor, outros correm menos bem, são as vicissitudes de ter estabelecimentos, e alguns com atividade ao ar livre, mas a verdade é que as pessoas hoje em dia já não se afastam tanto como no passado, mesmo com mais frio ou com alguma chuva. Claro que se for uma chuva muito intensa isso vai ter um efeito muito dissuasor», disse.

Ciente de que com mau tempo haverá menos pessoas a percorrer as ruas da cidade, o diretor-geral Associação Empresarial de Braga mantém, mesmo assim, uma expetativa «francamente positiva» para esta quadra festiva.

«A julgar pelos números que nós temos de ocupação hoteleira, que está com números  elevados, caso não haja desistências massivas, que não é crível que venha a acontecer, julgamos que vamos ter uma Semana Santa e Páscoa, apesar de tudo, favorável», disse.

No final da semana passada, a AEB dispunha a informação de que a taxa de ocupação hoteleira nos principais dias da Semana Santa em Braga (Quarta, Quinta e Sexta) estava nos 90/95 por cento. Entretanto, essa percentagem poderá ter decrescido um pouco com cancelamentos de reservas.

«Como sabemos, o mercado hoje neste setor rege-se muito pela flexibilidade e, portanto, os hóspedes têm sempre a possibilidade de quase até à última hora poder cancelar as suas reservas. Por isso só vamos conseguir poder apurar em cima do momento», refere.

Na passada terça-feira não havia desistências em número assinalável que justificasse motivo de «grande preocupação», indicou Rui Marques, com base nas reações que lhe chegaram de empresários associados da AEB.   

No sentido de atrair mais consumidores à cidade, a Associação tem procurado estimular e incentivar os empresários a decorar e adequar as montras dos seus estabelecimentos, assim como as suas propostas comerciais de acordo com os momentos festivos para que quem visita Braga sinta uma atmosfera agradável e faça compras no comércio tradicional.

Nos últimos anos, as empresas do setor têm vindo também a melhorar as condições de habitabilidade ou de conforto dos seus estabelecimentos e no entorno destes para que a experiência de consumo seja aprazível.