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Reitor da UMinho defende «comunicação social livre» como «pilar fundamental das democracias»

Reitor da UMinho defende «comunicação social livre» como «pilar fundamental das democracias»
Fotografia Avelino Lima

Rita Cunha

Jornalista

Publicado em 24 de janeiro de 2024, às 16:36

O XIII Congresso SOPCOM arrancou ontem, na Universidade do Minho, com o tema “Comunidade, Culturas e Comunidades”

A importância de uma comunicação social livre na sustentação da democracia e, nesse sentido, os perigos inerentes a toda a crise na qual as democracias liberais estão mergulhadas, foi defendida pelo reitor da Universidade do Minho, que deixa críticas àquilo que hoje é valorizado no espaço público e que se resume ao «efémero» ou «escandaloso».

Falando hoje sobre o papel das ciências da Comunicação na atualidade, no decorrer da sessão de abertura do XIII  Congresso SOPCOM (Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação), que decorre na UMinho, Rui Vieira de Castro reforçou a existência de uma centralidade das relações ntre a democracia e a comunicação social. «Uma comunicação social livre é um pilar fundamental das democracias e percebemos a crise profunda em que as democracias liberais estão mergulhadas e que nos interpela. Todos os dias vemos crescentes sinais de radicalismo e polarização das sociedades que antecipam futuros que não são radiantes nem felizes», disse, acrescentando a «diminuição acelerada dos espaços de conversação social».


O reitor da academia minhota deixou algumas críticas ao que hoje se valoriza no espaço público e que não é mais do que «a espuma dos dias, o efémero, o escandaloso, um estilo persecutório». «Estas são marcas, orientações, práticas que profundamente interpelam esta comunidade de investigadores em ciências da comunicação. E, neste contexto, a crise do jornalismo em Portugal é muito preocupante pelo que implica de debilitação da nossa democracia», referiu Rui Vieira de Castro.


A crise que enfrenta a atividade jornalística na atualidade foi também abordada por Madalena Oliveira, presidente da SOPCOM, que começou a sua intervenção lembrando «o intranquilo momento que atravessamos». «Depois de experimentarmos uma crise pandémica, hoje estamos longe d eum período sereno», referiu, dando como exemplos a existência de conflitos armados, intensos fluxos migratórios, extremismos políticos, crises ambientais e económicas, a intensidade dos ritmos de vida e os processos de desinformação que «criam um clima de ansiedade que não nos podem deixar ficar indiferentes».