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Famílias rumam a S. Vicente e cumprem tradição com alegria apesar do tempo chuvoso

Famílias rumam a S. Vicente e cumprem tradição com alegria apesar do tempo chuvoso
Fotografia DM

Carla Esteves

Jornalista

Publicado em 22 de janeiro de 2024, às 18:39

Pais, avós e padrinhos foram, hoje, entregar a velinha ao Santo, em nome das crianças

A chuva não ajudou, caso contrário a afluência teria sido seguramente maior, mas ainda assim a tradição cumpriu-se e foram muitas as famílias que hoje se dirigiram à Igreja Paroquial de S. Vicente para realizar a costumeira romagem ao Santo protetor das crianças, naquela que é a grande festa da comunidade de S. Vicente e a primeira grande romaria do ano na cidade de Braga.

No domingo, nas eucaristias das 10h00, das 12h00 e das 19h00, decorreu a Benção de S. Vicente às Crianças, e as visitas das famílias sucederam-se ao longo do dia para ofertar a velinha ao advogado das doenças da infância, pedindo a sua proteção. Lá fora, e aproveitando o sol, sucedeu-se também a ronda pelas tendas das doceiras, para comprar os moletinhos e outros doces de romaria, como os tradicionais charutos de marmelada e os rebuçados do Senhor, embrulhados em papel de seda colorido.

Este ano, só marcou presença uma roulote de venda de farturas, mas naõ faltou quem as procurasse, quentinhas a asair do tacho.

Hoje, a afluência dos mais pequeninos foi menor, porque sendo dia de escola, só depois das aulas foi possível a alguns fazerem a sua visita, mas foram muitos os avós, pais e padrinhos, que durante o dia levaram a velinha em nome dos mais novos.

A presidente da Irmandadade de S. Vicente, Angelina Pinto, avançou que a grande afluência de crianças acontece sempre depois da escola, a partir das 16h30, mas ainda assim durante o dia, foram muitas as velinhas vendidas, incluindo algumas feitas em anos anteriores pelas crianças do Patronato de Nossa Senhora da Luz, bem como as velas votivas a S. Vicente e Nossa Senhora da Luz.

José Diogo, da Irmandade de S. Vicente, reforçou o grande número de famílias que vieram no domingo, em particular depois da eucaristia das 12h00, que contou com a aceitação de nove novos irmãos, mas também ao longo da tarde.

Moletinhos são os mais procurados

Entre as doceiras, ontem, o negócio não estava tão favorável como esteve no domingo, mas ainda assim a maioria dos que foram à Igreja, não deixaram de se abastecer dois tradicionais docinhos.

«No domingo o tempo ajudou mais, mas vamos vendendo. Os preços aumentaram um pouco porque as matérias primas encareceram, mas nada de maior», revelaram Juliana e Nelson Dias, acrescentando que os moletinhos estão a 6 euros a dúzia este ano e os charutos a 3, 50 euros.

Segundo os doceiros mantém-se a tradição dos Rebuçados do Senhor, mas agora  ão cada vez menos as doceiras que sabem como fazê-los.

«A minha mãe ainda sabe fazer os rebuçados, trabalhando o açúcar na pedra mármore, mas são poucos os que estão para isso porque dá muito trabalho», contou Nelson, dos “Doces da Virinha”.