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“Obras Completas de Maria Ondina Braga” enriquecem a sociedade e o mundo literário

“Obras Completas de Maria Ondina Braga” enriquecem a sociedade e o mundo literário
Fotografia francisco de Assis

Francisco de Assis

Jornalista

Publicado em 13 de janeiro de 2024, às 10:12

Ricardo Rio e Duarte Azinheira elogiaram a obra de Ondina

O Museu Nogueira da Silva, em Braga, en- cheu-se ontem ao fim da tarde para a apresentação do segundo volume das Obras Completas de Maria Ondina Braga intitulado “Biografias no Feminino: Mulheres Escritoras. Retratos com Sombras. Dispersos e Inéditos”. Uma obra que, para além de ser mais uma homenagem a uma bracarense, é aplaudida pelo mundo literário e pela sociedade em ge- ral, até pela mentalidade e ideias revolucionárias que trouxe e que inspirou muita gente, sobretudo as mulheres.

O primeiro aplauso da sessão foi para Luís Pipa, que, ao piano, tocou a peça “Ondina”, composta, há um ano, propositadamente para o centenário do nascimento de Maria Ondina Braga.

Os presentes aplaudiram a peça musical, mas também a própria escritora que, como referiu Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, todas as ocasiões são boas para homenagear Maria Ondina Braga.

Na cerimónia, além do autarca de Braga, estiveram, Duarte Azinheira, o administrador executivo da Imprensa Nacional Casa da Moeda, editora da publicação, numa «bela parceria com a Câmara de Braga», Helena Vasconcelos, jornalista do Público, que apresentou a obra, através de video- conferência; e Margarida Pereira, investigadora da Universidade do Minho.

Na plateia estiveram ainda os coordenadores das Obras de Maria Ondina, Isabel Cristina Mateus, da Universidade do Minho; Cândido de Oliveira, do polo de Braga da Universidade Católica Portuguesa; José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores; responsáveis da Universidade do Minho, anfitriã do Museu Nogueira da Silva; a eurodeputada Isabel Estrada Carvalhais, entre várias outras personalidades ligadas à cultura, à literatura em Braga.

A apresentadora do volume, Helena Vasconcelos, fez questão de dizer que Maria Ondina Braga teve grande influência na forma e no conteúdo do que escreve.

Elogiou a escritora bracarense que ousou confrontar e contrariar uma sociedade patriarcal, que falou da liberdade das mulheres e de tudo o que as mulheres deveriam ser, «provedoras da estabilidade social» e o que elas trazem para a literatura.

«O que seria a literatura mundial se não fossem as mulheres?», questionou.

Recorde-se que este volume, o segundo de sete que vão ser publicados, além de reunir as biografias de mulheres escritoras, dá a conhecer as oito biografias de Retratos com Sombras, até agora inédito.

De salientar que entre as escritoras biografadas estão nomes como Virginia Woolf, Katheri- ne Mansfield, Selma Lagerlöf, Lou Andreas-Salomé, Teresa Margarida Silva Orta, Colette, Irene Lisboa, Anaïs Nin, Carson McCullers, Ana Plácido e Rosalía de Castro.

Segundo os editores, este segundo volume «dá ainda a conhecer uma recolha de vários textos dispersos em jornais e revistas, publicados a partir de Abril de 1974, com particular destaque para a colaboração de Maria Ondina Braga na revista Modas e Bordados, bem como um conjunto significativo de textos inéditos que trazem à luz uma faceta desconhecida da escritora bracarense que foi também a escritora portuguesa mais cosmopolita do século XX», pode ler-se.

O presidente da Câmara de Braga considera que Ondina Braga merece todas as homenagens e a publicação das obras completas é mais uma oportunidade para tal.

Por sua vez, Duarte Azinheira explicou a função da Imprensa Nacional Casa da Moeda, uma editora pública sem fins lucrativos e que procura dar visibilidade e notoriedade a obras menos conhecidas. Elogio o empenho pessoal de Ricardo Rio na edição da obra de Maria Ondina Braga.

A sessão terminou com uma grande ovação, também em homenagem à Ondina, que vai continuar a ser falada.