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Instituições de solidariedade de Braga ampliam ação no Natal para responder ao maior número de pedidos

Instituições de solidariedade de Braga ampliam ação no Natal para responder ao maior número de pedidos
Fotografia

Carla Esteves

Jornalista

Publicado em 23 de dezembro de 2023, às 09:14

O aumento dos bens alimentares e a subida dos preços da habitação refletiu-se na degradação da situação financeira das famílias

A partir do segundo semestre do ano, os pedidos de ajuda intensificaram-se na maioria destas instituições, mas com o aproximar do Natal, associado ao aumento do custo dos bens alimentares, e ao aumento das rendas, que tornou os preços da habitação incomportáveis para muitos cidadãos, os gritos por auxílio multiplicaram-se. A maioria das instituições fala de uma mudança no perfil dos utentes, que passaram a ser também pessoas e famílias que até agora tinham uma vida considerada “estável” e que agora, apesar de ambos os progenitores se encontrarem empregados não conseguem fazer face às despesas. Ainda a fechar as contas deste ano, a Cáritas Arquidiocesana de Braga revela que apoiou, ao longo de 2023, cerca de 8 mil pessoas, um aumento em relação ao ano de 2022 que a Cáritas atribui sobretudo à crise na habitação e à inflação. «Temos cada vez mais casais empregados ou famílias monoparentais que não conseguem fazer face às despesas com o seu salário. A situação financeira e social das pessoas degradou-se e isso é o mais alarmante de 2023. Os pedidos de ajuda continuam elevados e o perfil das pessoas que nos procuram está a alterar-se cada vez mais», adiantou Diogo Dias, da equipa de Comunicação da Cáritas.

Cáritas forneceu 50 mil euros em apoios

Este ano, além do apoio alimentar, que se divide entre os cabazes alimentares enviados às famílias ao longo do ano, e nas refeições oferecidas na cantina social, a Cáritas contribuiu com cerca de 50 mil euros em apoios monetários, 90% dos quais para gastar com despesas ligadas à habitação e outras despesas domésticas associadas (rendas, contas da luz, contas de água, gás e tudo o que está associado à alimentação). No que respeita à cantina social a procura aumentou, mas o perfil vai- -se mantendo o mesmo, sendo que a maioria dos utentes são pessoas que estão em situação de isolamento, que moram em quartos, que não têm condições para cozinhar e confecionar as suas refeições, e/ou que mesmo tendo essas condições não o consegue fazer porque o seu percurso de vida levou a uma perda de competências básicas. «Os donativos ajudam bastante, mas a este nível de donativos temos vindo a manter os valores dos anos mais recentes, que desceram bastante em comparação com o que se registavam há 10 anos atrás, pois tanto a nível do número como de valor monetário têm reduzido bastante, como é geral», adiantou.

 Estruturas de acolhimento com mais pedidos

 O ano de 2023 fica também marcado por um crescimento de pedidos de alojamento nas Estruturas de Acolhimento de Violência Doméstica e Migrantes, que têm capacidade para 25 pessoas cada, uma capacidade manifestamente insuficiente para a quantidade de situações e casos que chegam à Cáritas. Os números subiram sobretudo no que respeita à população migrante, sobretudo a migração não planeada, que leva à Cáritas pessoas em situações económicas muito frágeis. Neste Natal cada uma destas estruturas fará a sua própria ceia, para que os seus utentes sintam o espírito da quadra.

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