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Braga registou em 2023 a menor área rural ardida dos últimos 28 anos

Braga registou em 2023 a menor área rural ardida dos últimos 28 anos
Fotografia Avelino Lima

Carla Esteves

Jornalista

Publicado em 20 de dezembro de 2023, às 17:43

O concelho registou 37 incêndios florestais, que consumiram 18 hectares

O ano de 2023 foi o ano com menor área rural ardida em Braga dos últimos 28 anos, consolidando uma tendência decrescente em termos de incêncios e de área ardida na região desde 2016. O balanço dos Incêndios Florestais de 2023, hoje apresentado no Quartel dos Bombeiros Sapadores de Braga  revellou que arderam no concelho 18  hectares de área rural, sendo este o melhor resultado desde que existem registos efetuados.

A prevenção, a vigilância, a sensibilização, a limpeza de terrenos, o trabalho em coordenação e o reforço de meios humanos e operacionais foram fundamentais para a obtenção destes resultados.

O vereador da Proteção Civil da Câmara de Braga, Altino Bessa, considera que, para estes números contribuíram vários fatores, destacando o reforço de efetivos, de equipamentos e formação, bem como o estabelecimento de parcerias com outras entidades.

«Temos hoje duas equipas de Sapadores Florestais que fazem o Plano de  Defesa da Floresta Contra Incêndios, resultante de um protocolo com a Associação Florestal do Cávado que representou um investimento de mais de 100 mil euros», avançou, acrescentando que também foi efetuado um reforço nas equipas de primeira intervenção dos Bombeiros Voluntários de Braga, que representa um investimento idêntico».

O vereador destacou ainda o Programa Cuidar Braga, que tem como objetivo principal a diminuição das queimadas, além do desempenho das dez Unidades Locais de Proteção Civil de Braga, destacando a de Sobreposta e Pedralva e agora S. Pedro e S. Mamede D’Este, que atuam não só na vigilância, mas na primeira intervenção.

O comandante dos Bombeiros Sapadores de Braga, Nuno Osório, destacou a envolvência da corporação municipal numa profunda articulação com os Voluntários de Braga, esclarecendo que em períodos de alerta a estratégia era definida em diálogo envolvendo sempre, em cada operação um veículo de cada corporação, de forma a otimizar recursos

Avançou também que os Sapadores tiveram até ao dia de ontem 100 alertas para incêndios em espaços naturais no concelho de Braga, envolvendo 629 operacionais e 177 veículos, tendo sido percorrido 7772 kms e realizado 286 horas de operações-

Nuno Osório frisou que, em períodos de  alerta laranja as equipas eram reforçadas com cinco elementos, reforço que em períodos de alerta vermelho atingia os oito elementos, representando um investimento de milhares de euros para o Município.

Por seu turno, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Braga, Pedro Ribeiro, destacou a importância da coordenação entre as várias entidades e a criação de uma nova equipa de intervenção permanente (EIP) para garantir maior prontidão na resposta.

Números que marcam a prevençãodos incêndios rurais de Braga em 2023

O coordenador da Proteção Civil Municipal, Vítor Azevedo, fez a análise e apreciação dos fogos rurais de 2023, reforçando  que sendo as queimas de sobrantes um dos principais motivos para os fogos florestais, foi de grande importância o facto de Braga ter sido o único município da região em que o período de proibição de queimadas foi prolongado, tendo decorrido entre 1 de junho e 30 de outubro.

Vítor Azevedo destacou todo o trabalho de prevenção que foi realizado pela equipa, apontando as sessões presenciais de sensibilização e  as campanhas de prevenção realizadas ao longo do ano com alertas nas redes sociais, mas sobretudo o trabalhod e vigilância florestal desenvolvido pelas equipas com o intuito de detetar incêndios de forma precoce, possibilitando uma rápida intervenção, e funcionando ainda como meio dissuasor.

Vítor Azevedo adiantou que, ao todo foram efetuados mais de seis mil quilómetros em ações de vigilância florestais, 1700 dos quais pelas equipas de sapadores florestais.

Segundo o coordenador da Proteção Civil Municipal de Braga o Dispositivo Municipal de Vigilância e Primeira Intervenção contou, para as ações de vigilância, com um efetivo de 34 operacionais e 14 viaturas. Já na primeira intervenção o número de operacionais subiu para cerca de 187.

Nas faixas de gestão de combustíveis em torno das edificações foram executados 30 hectares de terreno, tendo daí sido instaurados ao todo 221 processos, realizadas 338 deslocações ao terreno, realizadas 250 notificações e 116 arquivamentos, tendo decorrido 11 execuções coercivas.

Nas faixas de gestão de combusível no Município , numa área de cerca de 70 hectares estiveram empenhadas duas equipas de spadores florestais, que incidiram a sua ação sobretudo em torno da rede viária, parques industriais e pontos de água.

Segundo o coordenador da proteção Civil Municipal foram também beneficiados 34,8 kms de caminhos florestais, com a execução de seus novos caminhos.

No que respeita ao Projeto Ciclope, um sistema integrado de videovigilância de grandes áreas florestais, estiveram em funcionamento  quatro câmaras (Barcelos, Amares, Vila Verde e Terras de Bouro) , estando prevista a instalação de mais cinco câmaras na área da CIM do Cávado e uma situada no Sameiro, permitindo uma cobertura quase 100% do concelho.