O Serviço de Medicina Intensiva (SMI) do Hospital de Braga assinala hoje o seu 29.º aniversário com uma exposição de fotografias dos profissionais que trabalham nesta unidade, intitulada “Identidade do SMI”.
Ao longo do dia, na Ágora do Hospital, é simulado um ambiente do utente em cuidados intensivos, e decorrem visitas aquele Serviço, por parte de utentes que já estiveram internados, e respetivas famílias.
Este Serviço, que tem como pilar o tratamento do doente crítico, dispõe de 32 camas (reabriram as 12 que tinham sido suspensas em meados de outubro) para uma população de 1,2 milhões de pessoas, da área de influência do Hospital de Braga.
Em dia de aniversário, Miguel Vaz, enfermeiro gestor do SMI, destaca a «excelência» dos cuidados praticados num Serviço onde trabalham cerca de 150 profissionais, mas nota também que «é preciso mais recursos», humanos e materiais, «como em todo o Serviço Nacional de Saúde».
«A prestação de cuidados é altamente exigente, mas também temos muito o apoio por parte da Instituição e mesmo da comunidade», acrescenta.
O enfermeiro sublinha que os profissionais da Medicina Intensiva são a identidade deste Serviço e o seu trabalho é reconhecido por doentes e familiares.
Hoje, alguns doentes que estiveram internados por longos períodos e familiares transmitiram uma palavra de gratidão a estes profissionais durante as visitas ao SMI, um Serviço ainda recente comparativamente com outros hospitais do Serviço Nacional de Saúde.
«Eles acabam por criar uma relação com os profissionais do Serviço e é reconfortante vê-los, agora, melhor, noutras condições», repara Miguel Vaz.
Contudo, o enfermeiro lembra que este Serviço presta cuidados a doentes muito graves e que há casos em que não é possível reverter a situação.
«Infelizmente muitas situações não resultam naquilo que nós gostaríamos, mas temos também muito sucesso», nota.
Num Serviço de fim de linha, onde estão internados doentes críticos, com falência, estes profissionais de saúde lidam diariamente com situações do doente e da família de «grande stress, de grande preocupação».
«Trabalhar numa Unidade de Cuidados Intensivos obriga a que tenhamos uma componente psicológica muito forte e estruturada, de modo a que a nossa vida privada não seja abalada pelas situações dramáticas que vemos acontecer diariamente», lê-se num dos painéis da exposição de fotografias hoje inaugurada.
Esta mostra é constituída por um conjunto de fotografias de profissionais do SMI em contexto de trabalho, captadas por Ricardo Costa, um dos enfermeiros daquele Serviço.
«Sempre tive uma paixão pela fotografia. Um dia, na altura da pandemia de covid-19, comecei a fotografia, a fazer alguns registos na Unidade: momentos com o doente, momentos lúdicos. Esta exposição retrata sobretudo os momentos de união do pessoal que trabalha no SMI, e não tanto a componente psicológica de lidar com os doentes, daí o título ser “Identidade do SMI”», contextualiza o autor.
A exposição pode ser apreciada na Ágora do Hospital até à próxima sexta-feira, 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição.
O aniversário foi assinado ainda com um momento musical a cargo do Conservatório de Música de Barcelos, de um familiar e de um doente que esteve internado na Unidade.