A inclusão dentro do contexto escolar pressupõe que o aluno «seja entendido como um todo», defendeu Vera Vaz, presidente da CERCI Braga, à margem da conferência “Vozes da Inclusão”, que começou ontem e acaba hoje na Aula Magna da Faculdade de Filosofia. Segundo a responsável, «a inclusão não se faz só com o ir à escola», sendo necessário existir «técnicas, ferramentas e recursos» para que «haja ganhos, quer para os jovens, quer para o sistema de ensino» e para que «a comunidade se torne mais inclusiva». No caso concreto de Braga e da região onde está inserida, Vera Vaz sublinhou que existem já «práticas inovadoras», algumas das quais iriam ser apresentadas ao longo do dia, e outras «de fora», também «interessantes». «Obviamente que há sempre um caminho a fazer e há espaço para acrescentarmos e nos enriquecermos e fazermos um pouco melhor», vincou.
E foi precisamente tendo por base este pressuposto, e com o objetivo de lançar alguns desafios aos professores e técnicos, que a CERCI Braga organizou ontem a II Conferência Vozes da Inclusão, intitulada “Caminhos Inclusivos, Inovações Científicas, Perspetivas e Cenários”. «Pretendemos criar um espaço de debate chamando vários agentes que contribuem para o processo de inclusão da pessoa com deficiência nos seus vários estádios da vida e promover uma reflexão, partilha de conhecimentos que venha a contribuir para uma efetiva mudança», explicou. Especialistas de diferentes áreas, desde professores e técnicos e responsáveis por programas específicos ou por equipas de intervenção precoce, mas também pessoas com deficiência e famílias estiveram reunidos em partilha. Acessibilidade cognitiva e saúde mental, modelos de base comunitária e acessibilidade linguística são alguns dos temas abordados. Da parte da Câmara de Braga, Joaquim Freitas, diretor do Departamento de Educação e Coesão Social, enalteceu esta ação que contribui para uma cidade «cada vez mais inclusiva» e o facto de olhar para a temática do ponto de vista da ciência. Também José Lopes, diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais destacou a importância do tema, o qual «não deixa ninguém indiferente», contribuindo para um caminho «de paz».