A BragaHabit e o município de Braga preparam-se para dar “teto” a 60 das 423 famílias que tem em lista de espera para habitação social. Este apoio resulta do lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) para comprar 30 apartamentos prontos a habitar (duas frações com tipologia T1, 12 T2, 11 T3 e cinco T4.), num investimento máximo de 5,12 milhões de euros, e da realização de obras de reabilitação no bloco 2 no bairro de Santa Tecla para mais 30 famílias, as quais deverão ficar concluídas até ao final do ano.
A isto junta-se uma outra OPA lançada pela Câmara Municipal de Braga, destinada à aquisição de 15 frações habitacionais (um T1, dez T2 e quatro T3), num investimento de cerca de 2,3 milhões de euros. Em conferência de imprensa, o administrador da BragaHabit deu ainda nota que o Conselho de Administração decidiu adquirir mais 21 frações, sendo que estas necessitam de obras de reabilitação. Aqui, o investimento é de 3 milhões e 300 mil euros, aos quais acrescem 500 mil euros para as remodelações. De referir ainda a aquisição de mais sete fogos para famílias que viviam no complexo habitacional do Picoto. Segundo adiantou Carlos Videira, neste momento há no concelho de Braga 423 famílias em lista de espera para arrendamento apoiado, mas destas, cerca de 60% (259), «já estão a ser de alguma forma apoiadas» pela BragaHabit.
Destas, cerca de 30 estão em habitações de arrendamento apoiado mas em situação de sobrelotação ou pretendem autonomizar-se; 227 estão inseridas no RADA (Regime de Apoio Direto ao Arrendamento), mas estão com uma taxa de esforço à qual têm dificuldade em fazer face e, por isso, querem transitar para arrendamento apoiado; e outras estão em residências partilhadas ou da propriedade da empresa municipal mas protocoladas com outras instituições como a Bogalha. «Terminando a reabilitação do bloco 2 em Santa Tecla para responder a 30 famílias e com esta oferta pública de aquisição de 30 fogos, daremos resposta a 60 famílias das 423 e reduziremos a lista de espera em cerca de 15% na sua extensão», referiu o responsável. Também presente, o vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Braga admitiu a existência no concelho de muitas famílias com dificuldade em conseguir comprar ou arrendar uma casa, mas sublinhou que Braga é uma das cidades do país «em que o preço da habitação menos subiu».
«Estamos a tentar dar uma resposta adequada ao problema. Sabemos que não termina aqui e que há muito a fazer», disse, dando como exemplo outros apoios como à renda ou à prestação bancária. João Rodrigues deu ainda nota que, esta segunda-feira, já tinha sido ultrapassado o número de licenciamentos urbanísticos de 2022, contabilizando-se atualmente 1541 (mais 42 do que no ano passado). Perímetros urbanos aumentam em todas as freguesias A aprovação de mais duas áreas de reabilitação urbana «que duplicam as áreas com incentivos à criação de habitação em território municipal» foi outro dos anúncios feito pelo vereador. João Rodrigues garantiu mesmo que, com a aprovação do novo Plano Diretor Municipal (PDM), «todas as freguesias de Braga vão ver os seus perímetros urbanos alargados». O PDM encontra-se em fase de revisão e deverá ficar concluído no início do próximo ano. «Queremos o plano em vigor o mais rapidamente possível», disse, adiantando que este será «mais flexível» e que vai «permitir uma utilização mista do solo» e «construção de habitações em altura».