O Pacto de Mobilidade Empresarial de Braga, iniciativa do BCSD Portugal com a Câmara Municipal de Braga que conta atualmente com 45 empresas e instituições signatárias de mais de 250 compromissos, poderá evitar a emissão de mais de 600 toneladas de carbono por ano, através da aquisição de veículos elétricos, compromisso assumido por 24 delas.
A informação foi divulgada esta quinta-feira, a propósito do encontro “Empresas mais sustentáveis – Soluções de Mobilidade”, integrado na Semana Europeia da Mobilidade. Outros dados indicam que, até hoje, este Pacto impulsionou a circulação na cidade de mais 34 veículos elétricos, 30 veículos híbridos plug-in e a instalação de 40 tomadas elétricas para abastecimento de viaturas. A isto junta-se a criação de mais 40 lugares de estacionamento para bicicletas e 123 espaços que permitem a realização de reuniões remotas o que, só num ano, evitou as deslocações de 10 500 colaboradores e promoveu ganhos ao nível da sustentabilidade, com a diminuição do tráfego e da poluição.
Na abertura do encontro, a vereadora da Mobilidade da Câmara Municipal de Braga destacou a importância das entidades signatárias do PMEB, que se comprometeram a executar ações de mobilidade sustentável e inclusiva em diversas áreas de atividade e garantiu que a autarquia, em parceria com o BCSD, continuará a trabalhar para que outras empresas se juntem «para uma cidade com mais qualidade de vida, mais economia e mais alternativas de circulação».
De seguida, tomou da palavra José Mendes, presidente da Fundação Mestre Casais, segundo o qual «se não atuarmos no setor da mobilidade, a batalha da neutralidade carbónica está perdida». «Estamos a assistir, em tempo real, todos os dias, ao colapso climático e algo vai ter de mudar», disse, salientando que «todos estamos convocados» para esta missão.
Segundo o responsável, «temos um problema de externalidades», como sejam as emissões de gases de efeito de estufa, a poluição atmosférica, o congestionamento, a sinistralidade rodoviária, a exclusão social e o ruído». Vincando que «o que está em causa não é parar mas transformar a mobilidade», José Mendes não duvida que «algo vai ter de mudar radicalmente» porque «o problema é gigante». «A estratégia é internacionalmente sólida e conhecida, o difícil é fazer», disse, para de seguida apresentar «três linha sestratégicas» neste sentido.
Por um lado, evitar viagens sempre que possível, por exemplo através do planeamento urbano, comércio eletrónico e trabalho remoto. Depois, fazendo a transferência modal, através de um aumento da oferta que dê primazia aos modos antigos, privilegie o transporte público, a existência de infraestruturas adequadas e dê benefícios fiscais ou apoios tarifários. Por último, melhorando a eficiência apostando em veículos elétricos e híbridos, carros mais pequenos e uma condução eficiente. «Apesar de tudo, a transição para uma mobilidade mais sustentável é tecnologicamente possível, é economicamente viável e é socialmente desejável. É preciso trabalharmos nesse sentido», finalizou.