O Instituto de Nanotecnologia de Braga convidou ontem os orgãos de comunicação social para tomarem o pequeno-almoço com alguns cientistas desta organização.
O encontro aconteceu com o objetivo de consolidar a inovação cientifica e tecnológica na comunidade e, além desse primeiro momento que decorreu pelo início da manhã, foram também visitados alguns pontos de referência do instituto.
Foi apresentada, em primeiro lugar, a Clean Room (sala limpa), com orientação da Andrea Gouvêa, engenheira de pesquisa na Unidade de Integração de Processos. «Esta sala é um ambiente altamente controlado tanto a nível de pressão, como a nível de temperatura, de humidade, de fluxo de ar e de partículas. Em termos práticos, temos de salvaguardar os dispositivos e, por isso, temos de vestir uns fatos próprios para aceder ao espaço», explicou a engenheira.
Naquele compartimento, após o desafio de nos equiparmos a rigor para entrar na sala, foi possível ver as wafers, uma espécie de disco que serve para depositar materiais, imprimir desenhos (fotolitografia) e depois devastar para ficar mais baixo, até ser possível obter o dispositivo/layout final que o cliente pretende.
Numa segunda fase, foi dado a conhecer o microscópio electrónico que integra a rede CryoEM, que se encontra isolado, numa sala especial do edifício, para que não haja qualquer tipo de vibração ou movimentos que influencie a sua precisão de análise.
O Enrique Carbo, chefe de Microscopia Eletrónica do INL, explicou a diferença entre duas destas máquinas, uma dedicada a materiais e outra destinada às ciências da vida. Ali, o ambiente é controlado para corresponder a condições de operação quase realistas, e o comportamento da amostra é registrado dinamicamente em tempo real.
O último local a visitar foi o Departamento de Engenharia de Tecnologia, conduzido por Marco Martins, que surgiu para tentar chegar mais ao tecido empresarial e, dessa forma, fazer a ponte entre a investigação e a indústria. Este é um grupo constituído por engenheiros de diversas áreas, nomeadamente engenharia mecânica, electrónica, informática e física, e que tem como objetivo criar uma sinergia entre todas estas valências para que haja produtos finais palpáveis possíveis de apresentar a potenciais clientes.
No final deste percurso, planeado e realizado também por Diogo Aguiam, Pesquisador Corporativo, foi feita referência ao Dia Aberto do Instituto de Nanotecnologia, em Braga, que vai acontecer a 30 deste mês.
Este vai ser um momento dedicado a conhecer os investigadores, provenientes dos cinco continentes, a explorar as instalações e também o ecossistema ali existente.
Foi desta forma que o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia conduziu a primeira edição da iniciativa Media Breakfast, que decorreu durante toda a manhã de ontem e que contou com a presença de orgãos de comunicação recebidos pelo departamento de comunicação do instituto.
Culminou, assim, numa aproximação entre os profissionais do instituto e os jornalistas presentes, de forma a que a informação e os projetos ali desenvolvidos sejam dados a conhecer e que sejam também transmitidos de forma mais nítida e clara para a sociedade.