A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) lançou hoje a proposta de fusão das três Comunidades Intermunicipais da região do Minho - CIA do Ave, CIM do Alto Minho e CIM do Cávado - e a integração de Viana do Castelo na Associação do Quadrilátero formada pelos concelhos de Braga, Guimarães, Barcelos e Vila Nova de Famalicão, por forma a criar uma área metropolitana no Minho.
A ideia foi lançada na reunião do Conselho Geral da Associação que se realizou no Edifício da Reitoria da Universidade do Minho, com a presença do ministro da Economia, dos presidentes das Câmaras de Braga e de Famalicão, do presidente da CCDR-N, do reitor da Universidade do Minho, entre outros agentes.
Em declarações aos jornalistas, o presidente da AEMinho referiu que «faz todo o sentido», numa lógica de «cooperação» e de pensara região como um todo, juntar Viana do Castelo aqueles quatro concelhos do Baixo Minho, pelos indicadores económicos de Viana.
«Viana ultrapassou no último ano os mil milhões de euros de exportações, há cada vez mais empresas fixar-se no concelho, tem um porto de mar, está a dar passos importante na economia do mar, quer nas micro algas, quer nas off-shores eólicas. Faz todo o sentido este Quadrilátero ligar-e a Viana e deixar-mos de falar em Quadrilátero e falar-mos em Polígono», justificou.
O dirigente saudou a assinatura esta semana do memorando de entendimento para a mobilidade entre os quatro concelhos do Quadrilátero, uma ideia que a AEMinho vem defendendo desde há um ano e meio. «Esperemos é que este documento não se fique só pelo papel e se consiga ter finalmente um passe intermunicipal que permita aos cidadãos dos quatro concelhos utilizar o mesmo passe para os transportes públicos dos diferentes concelhos», disse Ricardo Costa, referindo que é fundamentar ter uma rede de transportes coordenada, não só para os cidadãos como também para as empresas.
O presidente da AEMinho considerou que o Minho tem saído prejudicado em termos de atribuição de infraestruturas pelo facto de estar dividido em três Comunidades Intermunicipais.
«Quando falamos da ferrovia para o porto de Viana do Castelo, quando falamos da variante para a Continental Mabor ou quando falamos do BRT (metro bus) que felizmente foi concedido nesta última reprogramação do PRR, nós achamos que isso não veio porque não estávamos unidos enquanto região», disse.
De acordo com Ricardo Costa, se as 3 CIM minhotas se agregassem, passavam a formar a maior CIM do país e o poder central iria olhar para a região de outro modo.
«Acho que estando unidos nos daria muitas vantagens quando o poder central tivesse que decidir que investimentos ia fazer no país e como ia distribuir o conjunto de fundos que estão neste momento em aplicação», disse.
Nesta reunião que tinha como ponto principal a discussão da reorganização do Quadrilátero Urbano, a AEMinho esperava uma posição política do ministro da Economia sobre esta matéria, mas António Costa Silva preferiu destacar os indicadores económicos da região, que tem uma «base industrial fortíssima», e falar de alguns projetos como o do BRT entre Braga e Guimarães, infra-estruturas digitais.
«O desafio aqui é o que podemos fazer em termos do Governo, e já mencionei isto ao senhor Primeiro-Ministro, que está de acordo, para em conjunto por políticas públicas que auxiliem ainda mais o desenvolvimento desta região», disse.
O governante considerou que uma economia que não se baseia na industria «dificilmente cresce e compete ao nível das economias mais avançadas do mundo». Neste contexto, desafiou o setor a fabricar equipamentos industriais em Portugal.