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Procissão dos Passos de Figueiredo evoca a missão de “ser melhor”

Procissão dos Passos de Figueiredo evoca a missão de “ser melhor”
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Publicado em 19 de março de 2023, às 21:46

O sol iluminou a procissão, mas sem exagerar no calor, o que permitiu a todos os participantes mais conforto.

Cerca de 200 figurantes e 100 outros participantes integraram, na tarde deste domingo, a Procissão em Honra de Nosso Senhor dos Passos, na freguesia de Figueiredo, em Braga. Uma procissão que é “símbolo da nossa própria vida”, já que o sofrimento evocado é o de muitas pessoas no dia a dia, por quem devemos ser melhores, ouviu-se na pregação.

Para Ezequiel Rodrigues, presidente da Confraria do Senhor dos Passos de Figueiredo, o momento é de festa, e de agradecer “a participação e a envolvência” de todas as pessoas numa procissão que “transmite muita fé”.

Marco Oliveira, presidente da junta de freguesia, salientou o “grande impacto” da “festa religiosa” na comunidade, já que a procissão “provoca aqui uma dinâmica interessante”.

Carla Sepúlveda, vereadora da Educação, marcou presença e sublinhou a importância de “manter as tradições e fomentar a proximidade com as populações”.

O sol iluminou a procissão, mas sem exagerar no calor, o que permitiu a todos os participantes mais conforto no percurso e ouvir as palavras do padre José António Arantes, que esteve encarregue da pregação. A água, ainda assim, estava pronta a distirbuir.

O sacerdote lembrou o caminho de Jesus Cristo até à morte, lembrou que o sofrimento de Jesus não era meramente físico e convidou todos a refletir no impacto das suas ações nos outros.

Jesus, disse o Pe. José António, “sabia que a saída para Jerusalém ia ter um preço muito alto”, porque seria “a Sua própria vida a ser sacrificada”. Mas sabemos “que os nossos irmãos mais velhos (…) já tinham decidido no seu íntimo matar Jesus”: “Reparem no problema e no perigo do que estes homens fizeram. Primeiro condenam Jesus à morte, e só depois andam à procura de motivos para esta condenação. Primeiro diz-se a sentença, e depois é que se procura”, afirmou.

Cristo “nunca Se deixa iludir” e sabia “o que ia sofrer”. “Não era só o sofrimento das espadas, dos espinhos, das vergastadas, era também o sofrimento do escárnio, da rejeição, do ser zombado por tantos. Porque havia uma grande multidão não para o ajudar, mas apenas para o condenar”. A procissão serve, então, para pedir perdão, “porque também nós fomos motivação para este sofrimento de Cristo”. “Quanta gente perde a alegria de viver? Quanta gente perde o sentido da vida porque foi caluniada, porque foi mal tratada pelos outros? Então sempre que isto acontece, estamos a condenar Jesus”, explicou.

“Sempre que julgamos os outros, sempre que condenamos injustamente, estamos também a contribuir para o sofrimento de Cristo. Este momento tem que servir para uma reflexão. E eu? Tenho provocado sofrimento a alguém? Tenho sido motivo de dor para o outro? Ou tenho procurado, no meu dia a dia, também ajudar? Tenho procurado libertar? Tenho procurado ser conforto, ser consolação?”, perguntou o sacerdote.

Antes do encontro entre Jesus e Maria, Mãe de Deus, ficou no ar a importância de querer “ser melhor”. “Quero ser a imagem de Cristo para os outros, quero ser mais irmão, mais próximo, quero fazer com que a vida dos outros seja mais fácil, mais leve, mais bela. Essa é a nossa missão.”


Autor: João Pedro Quesado