A taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a terça-feira. No prazo mais curto subiu, pela quarta sessão consecutiva, para um novo máximo desde dezembro de 2008.
A Euribor manteve-se esta quarta-feira acima de 3% nos três prazos, a três meses a subir para um quarto máximo consecutivo, a seis meses a 0,031 pontos percentuais do máximo verificado a 9 de março e a 12 meses a 0,324 pontos percentuais do máximo também verificado a 9 de março.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou esta quarta-feira, ao ser fixada em 3,654%, mais 0,072 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,978%, verificado a 9 de março. Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%. Após ter disparado a 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022. A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,534% em fevereiro para 3,647% em março, mais 0,113 pontos.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo a 6 de junho, também subiu esta quarta-feira, para 3,430%, mais 0,074 pontos, contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,461%, verificado também a 9 de março. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022). A média da Euribor a seis meses subiu de 3,135% em fevereiro para 3,267% em março, mais 0,132 pontos.
A Euribor a três meses, que entrou a 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu esta quarta-feira pela quarta sessão consecutiva, para um novo máximo desde dezembro de 2008, ao ser fixada em 3,126%, mais 0,018 pontos do que na terça-feira. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho de 2022 (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 2,640% em fevereiro para 2,911% em março, ou seja, um acréscimo de 0,271 pontos percentuais.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia aumentar as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro. A tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro.
A 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base. Este foi o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de a 21 de julho o BCE ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e a 8 de setembro em 75 pontos base.
A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% a 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% a 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.