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Sentir a Europa. «Não concebo o meu trabalho sem a presença no terreno»

Sentir a Europa. «Não concebo o meu trabalho sem a presença no terreno»
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Publicado em 10 de dezembro de 2022, às 18:28

A eurodeputada Isabel Estrada Carvalhais faz um balanço positivo de três anos de mandato.

Apresença no terreno tem sido uma constante desde que Isabel Estrada Carvalhais foi eleita, em 2019, para o Parlamento Europeu. A eurodeputada faz um balanço positivo de três anos de mandato e promete continuar a desenvolver iniciativas para explicar o funcionamento das instituições europeias.

«Faz falta falarmos ainda mais da Europa», afirma, lembrando que um dos compromissos que assumiu durante a campanha eleitoral foi manter a ligação ao território. «Não podemos, de 5 em 5 anos, ficar zangados com as pessoas que não votam as eleições europeias, porque na maior parte do tempo não se fala do que acontece na União Europeia», afirma, acrescentando que, enquanto cidadã que fez sempre o seu percurso fora da vida política, se apercebia das queixas relativamente à falta de presença dos eurodeputados no terreno.

Admitindo que não está tantas vezes no terreno como gostaria, já que durante a semana se encontra a trabalhar em Bruxelas, a eurodeputada assegura que não concebe a sua função sem esse trabalho de proximidade, que se centra sobretudo nas áreas das comissões para as quais foi nomeada.

Em seu entender, é fundamental sair da «bolha de Bruxelas» para falar com as pessoas, ouvi-las, de forma a poder entender as suas preocupações e visões, e procurar ter presente as múltiplas realidades que contacta na conceção do seu trabalho parlamentar.

Relativamente ao trabalho que tem desenvolvido, faz um balanço positivo, salientando que tem sido um processo de aprendizagem.

«Eu faço um balanço positivo do ponto de vista do que tenho aprendido e daquilo que tem sido a minha absoluta seriedade e entrega a todos os trabalhos que tenho desenvolvido no Parlamento Europeu», declara.

Refere que quando chegou ao Parlamento Europeu não tinha «qualquer expetativa» relativamente às comissões em que ia trabalhar. Tendo em conta a «dimensão extremamente técnica» das áreas da agricultura e das pescas, confessa que foi com receio que assumiu estas pastas. Mas rapidamente criou «o gosto» por estas áreas, tendo-se dado conta de que sempre se sentiu muito próxima da agricultura e do mundo rural pelas raízes familiares que a prendem à terra.

Sem a pretensão de ter o conhecimento de um biólogo marinho, de um engenheiro agrónomo ou de um veterinário, o seu trabalho tem passado por «estudar para perceber o que poderá ser mais positivo fazer-se em termos de políticas públicas para atuar naquilo que são áreas de interesse para toda a sociedade».

Falando sobre o funcionamento do Parlamento Europeu, na rubrica “Ora Explique”, Isabel Estrada Carvalhais refere que, para além da organização em grupos políticos, que congregam diferentes partidos, este órgão tem em funcionamento no dia a dia uma série de comissões com diferentes temáticas de ação.

Os eurodeputados podem fazer parte de várias comissões, devendo esse número ser norteado pelo «critério da razoabilidade, uma vez que não faz sentido estar em muitas comissões, mesmo como suplente, se depois não há capacidade de se fazer o trabalho bem feito». A diferença entre ser membro efetivo e suplente é que o suplente não tem direito a voto nas comissões.

Paralelamente a cada comissão, que se reúne de uma forma regular, quinzenalmente, os deputados com assento nessa comissão reúnem-se no grupo de trabalho da sua família política, para analisar e discutir as matérias de interesse que se encontram na agenda da respetiva comissão.

Também explicou que no que se refere aos relatórios, por exemplo, só uma vez negociados, votados e aprovados dentro da respetiva comissão, é que seguem para votação em plenário, num processo que pode ser relativamente breve ou levar vários meses.

As comissões podem ser permanentes, como a da Agricultura e a das Pescas, ou comissões especiais ou de inquérito, que existem apenas durante o período necessário para analisar o tema muito específico, tendo dado como exemplo a Comissão para avaliação do transporte de animais vivos, na qual Isabel Estrada Carvalhais participou, tendo sido a relatora do relatório final.


Autor: Luísa Teresa Ribeiro