Esta greve dos professores é apenas uma das pontas dos vários icebergs que virão à tona nos próximos tempos na sociedade portuguesa.
Em primeiro lugar é inconcebível que este problema dos professores se repita todos os anos o que não abona nada a favor de quem nos governa, desde há mais de duas décadas, quase ininterruptamente.
De facto nos últimos 28 anos, Portugal foi governado 21 anos por governos socialistas e a responsabilidade da presente situação está bem identificada.
Se houve apanágios destes governos socialistas, foram o procedimento por Deficit Excessivo contra Portugal por parte da União Europeia, após os governos de António Guterres, a bancarrota socialista após os governos de José Sócrates, acompanhado de um comportamento moral e ético por parte desse Primeiro Ministro a um nível de uma mediocridade inimaginável, e a situação de ausência de reformas, da ultrapassagem do nosso país por parte de países do leste europeu – muito mais atrasados que nós há bem poucos anos – e o empobrecimento dos portugueses e de Portugal após o primeiro governo de António Costa até ao presente.
Hoje em dia ser professor do ensino secundário, sendo uma das profissões mais valiosas que um país pode ter, é das profissões mais sacrificadas de Portugal.
Não é por acaso que 92,6% dos professores num inquérito recente assumiram que as suas carreiras estão muito aquém das expetativas que tinham.
O problema, para os professores, não é apenas os problemas relativos à sua profissão bem conhecido de todos, mas também o facto de terem este problema em Portugal, onde todos os portugueses empobrecem de dia para dia. São duplamente sacrificados!
Muitos outros sindicatos anunciaram que irão também defender a greve, encabeçados por líderes mais ou menos radicais que podem degenerar em situações sociais muito mais conflituosas motivada pelo desespero das pessoas.
Como ouvi de um dirigente sindical: já não há nada a perder!
Até agora nunca ninguém tinha ouvido falar do STOP nem do seu líder mas já se percebeu a força e o apoio que tem na classe docente.
Os reformados e pensionistas, outro iceberg a vir à tona, também já começam a revoltar-se face às suas condições de vida, onde alguns têm de escolher entre comprar remédios ou comida , o que é ultrajante e indigno passado tantas décadas sobre o 25 de Abril .
Na saúde, os problemas, os sacrifícios, o sofrimento de muitos portugueses acumulam-se, sendo os governos de esquerda que mais benefícios trazem às entidades privadas de saúde dada a ineficácia de muitas valências do SNS que “atira“ a população para os seguros de saúde para tentarem minorar os seus problemas.
A grande questão é que os portugueses, depois, assistem atónitos, aos privilégios de toda uma classe política, a indeminização escandalosas dada por empresas públicas, controladas ou tuteladas pelo governo socialista que acumulam prejuízos, assistem a escândalos entre membros do governos, enquanto as suas vidas estão cada vez mais sacrificadas.
Marcelo Rebelo de Sousa que até disse no final do mandato do governo da geringonça, que iria ter saudades da composição do Parlamento de então, está a começar a ser – e muito justamente – também chamado à responsabilidade, dado o suporte que tem dado a todos os governos de António Costa, intrometendo-se muitas vezes, sempre a favor deste, em várias matérias que nem lhe dizem respeito, mas apenas às disputas partidárias entre governo e oposição, normais em democracia.
A função de um Presidente da República, não é a de tirar selfies aos portugueses e tratá-los como se eles precisassem de um psicólogo ou terapeuta, mas a de atuar e exigir outro comportamento e resultados a governos que têm como marca do seu mandato uma inatividade e ausência de reformas nunca vista.
Por isso, é que um dos principais subscritores de uma petição que conseguiu, entre os professores, milhares de assinaturas em tempo record, afirma que um dos objetivos da mesma é o de pedir ao Presidente da República que use os seus poderes. Afirmam esses subscritores que o Presidente é eleito diretamente pelo povo, é o guardião da Constituição e, por conseguinte, terá uma manifestação em Belém com esse objetivo, que é de dizer ao Presidente que tem de desbloquear o impasse negocial.
Marcelo, pela sua atitude conivente com o estado do país, merece esta chamada de responsabilidade e tem de perceber que tem errado muito na sua atuação como Chefe de Estado perante pela sua inação perante as graves questões nacionais.
Os próximos tempos serão bem difíceis, face a um governo de maioria absoluta, eleito recentemente, mas que já se encontra velho e cansado.
Autor: Joaquim Barbosa