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O maior risco mundial é a crise do custo de vida

O maior risco mundial é a crise do custo de vida
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Publicado em 11 de janeiro de 2023, às 14:23

O estudo do Fórum Económico Mundial afirma que as crises podem “minar os esforços para enfrentar riscos a longo prazo”, como as alterações climáticas.

A crise do custo de vida é o maior risco a curto prazo, tendo os conflitos e confrontos geoeconómicos desencadeado um conjunto de riscos globais interligados, revela hoje um estudo do Fórum Económico Mundial.

O relatório “global risks 2023”, realizado pela Marsh McLennan e o Zurich Insurance Group para o Fórum Económico Mundial, aponta a crise do custo de vida como o maior risco a dois anos, seguido pelas “catástrofes naturais e eventos climáticos extremos”.

“Atualmente, a pandemia e a guerra na Europa trouxeram de volta crises energéticas, inflacionistas, alimentares e de segurança. Estas crises criam riscos subsequentes que irão dominar os próximos dois anos: risco de recessão; crescente sobre-endividamento; crise do custo de vida; sociedades polarizadas devido à desinformação e à má-informação; um hiato na rápida ação climática; e uma guerra geoeconómica de tudo ou nada”, antecipa o estudo.

Entre os riscos a curto prazo incluem-se ainda o confronto geoeconómico, a “falha na mitigação das alterações climáticas” e a “erosão da coesão social e polarização da sociedade”.

De acordo com o relatório, “conflitos e confrontos geoeconómicos desencadearam um conjunto de riscos globais profundamente interligados”, recordando as crises de abastecimento de energia e de alimentos, que, refere, “deverão persistir nos próximos dois anos”, bem como “fortes aumentos do custo de vida e do serviço da dívida”.

“Simultaneamente, estas crises arriscam-se a minar os esforços para enfrentar os riscos a longo prazo, nomeadamente os relacionados com as alterações climáticas, a biodiversidade e o investimento em capital humano”, alerta.

A longo prazo, os maiores riscos antecipados são a “falha na mitigação das alterações climáticas” e o “fracasso na adaptação às alterações climáticas”, seguidos por “catástrofes naturais e eventos climáticos extremos”, “perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas” e “migração involuntária em larga escala”.

Neste sentido, defende que “a janela de ação sobre as ameaças mais graves a longo prazo está a fechar-se rápida e concertadamente, sendo necessária uma ação coletiva antes que os riscos atinjam um ponto de rutura”.

“A menos que o mundo comece a cooperar mais eficazmente na mitigação e adaptação das alterações climáticas, nos próximos 10 anos assistiremos ao aquecimento global contínuo e à degradação ambiental”, sublinha.

Por outro lado, considera também que “as lideranças orientadas para crises e os confrontos geopolíticos correm o risco de criar uma agitação social a um nível sem precedentes, à medida que os investimentos em saúde, educação e desenvolvimento económico desaparecem, corroendo ainda mais a coesão social”, enquanto as “rivalidades crescentes” podem aumentar a “remilitarização, principalmente através de novas tecnologias e de agentes desonestos”.

O estudo tem por base as opiniões de mais de 1.200 especialistas globais em riscos, decisores políticos e líderes empresariais.


Autor: Agência Lusa