twitter

Bernardo Reis, o Provedor renovado

Hoje é noite de Reis, ao sabor do bolo rei comemora-se a visita dos magos do oriente a Cristo recém nascido, cuja atualidade revela-se nas homílias da solenidade da Epifania do Papa Francisco: “como os Magos… ouçamos o desejo do coração, sigamos a estrela que Deus faz brilhar…é a estrela de Jesus, que vem cuidar da nossa frágil humanidade” e Bento XVI, cujo funeral se realiza hoje: “Rezamos a Maria, que mostrou aos Magos o novo Rei do mundo para que, como Mãe amorosa, mostre Jesus e vos ajude a serdes indicadores da estrada que leva a Ele”. Mensagens iluminadas que nos guiam para um 2023 em paz.

Ao longo da História tivemos reis que contribuíram para a paz e prosperidade, tal como reis tiranos como Herodes, que mandou executar os recém-nascidos de Belém. Também nos apelidos há Reis e Reis. Temos Alexandra Reis, a demitida secretária de Estado que achou moral e politicamente íntegro sair em condições mal explicadas e contraditórias face à informação inicial prestada à CMVM, com uma avultada indemnização de 500 mil euros, reprovável considerando as finanças depauperadas da companhia aérea, um sorvedouro do dinheiro dos contribuintes e para o nível de rendimentos dos portugueses, para 3 ou 4 meses depois ingressar noutra empresa de capitais públicos, nomeada pelo ministro Medina para a presidência da NAV, sem que tenha considerado que, nessas circunstâncias, deveria pelo menos devolver o valor correspondente ao que iria ganhar nestas funções, aceitando tranquilamente ainda nesse ano o convite do mesmo ministro para o cargo governamental, sem que lhe ocorresse a dimensão ético-política de devolver o valor indemnizatório. E quantos casos similares existirão nos gabinetes de Lisboa, onde parece reinar a falta de integridade política e fiscalização?

E depois temos Bernardo Reis. Um Homem de misericórdia e da Misericórdia. Exemplo de servir e não servir-se, que vai tomar posse como Provedor da Irmandade de Braga no próximo dia 15 de janeiro. É impreciso dizer que vai tomar posse novamente como provedor, apesar de estar no cargo desde 2003, tornando-se, quando terminar o próximo mandato, no provedor que ao longo de mais de 500 anos da instituição esteve mais tempo a presidir aos seus destinos, para felicidade não só dos titulares dos órgãos sociais, irmãs, irmãos, honorários, beneméritos e funcionários, mas de toda a população do concelho de cujos serviços amplamente beneficia, sobretudo na ação educativa infantil, social e no apoio aos mais carenciados, doentes e idosos, informada pelos princípios do humanismo e da doutrina cristã.

É que Bernardo Reis renova-se a cada mandato. Com ele não há apenas continuidade, há sempre novos projetos além de outros para terminar. Em 2011 recebeu do Estado os edifícios do Hospital de São Marcos em estado de degradação. Liderando os restantes membros da Mesa Administrativa, de grande mérito e que bem soube selecionar, reabilitou o Palácio do Raio, hoje o Centro Interpretativo das Memórias da Misericórdia de Braga, que venceu em 2016 o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, o Edifício Carlos Amarante onde se encontra instalado um hotel de referência e que ganhou o prémio de Reabilitação Urbana na 21.ª edição dos Óscares do Imobiliário e o Bloco Operatório onde funciona o Hospital Lusíadas.

Agora segue-se a concretização do projeto para o Pavilhão Sul (edifício António Maria Santos da Cunha), cujas obras se iniciarão este ano, tendo em vista centralizar serviços e promover sinergias: unidade de cuidados continuados integrados, estruturas residenciais para pessoas idosas, centro de dia, serviço de apoio domiciliário, cozinha, lavandaria e residência assistidas, para promoção de uma maior sustentabilidade das respostas sociais da terceira idade.

No dia 7 de novembro de 2021, Bernardo Reis foi justamente homenageado pela Misericórdia, pela cidade e pelo país. Curvado perante as insígnias com que era agraciado, uma das quais representativa de Comendador da Ordem de Mérito atribuída pelo Presidente da República, título pelo qual humildemente recusa ser tratado, o que o seu coração mais distinguiu foi a medalha de ouro ofertada pelos funcionários da Irmandade. Pois é bem querido de todos e nunca os esquece nas declarações que faz.

Deus ajude Bernardo Reis, restantes membros da Mesa e órgãos sociais, a concretizar tudo quanto planeiam para este mandato em prol dos que mais precisam.


Autor: Carlos Vilas Boas
DM

DM

5 janeiro 2023