O relatório provisório de incêndios rurais do ICNF, com dados até 15 de outubro, avança que, até à data, o incendiarismo, designadamente de pessoas imputáveis, foi responsável por 28% do total. As queimas e queimadas são a principal origem dos fogos registados este ano e representam 41% do total das causas apuradas, nomeadamente as queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (19%) e queimadas para gestão de pasto para gado (12%). De acordo o documento, 8% dos incêndios ocorreram devido a motivos acidentais, como uso de maquinaria e transportes e comunicações, outros 8% tiveram como causa os reacendimentos e 2% a queda de raios.
O ICNF ressalva que 91% dos incêndios rurais verificados este ano foram investigados e têm o processo de averiguação concluído. Destes, foi possível atribuir uma causa a 63%, ou seja, dos 10 449 fogos registados até 15 de outubro, a investigação permitiu a atribuição de uma causa a 5 963, responsáveis por 88% da área total ardida.
O relatório do ICNF dá conta que os incêndios rurais consumiram este ano 110 007 hectares, o valor mais elevado desde 2017, tendo sido o fogo da Serra da Estrela o que registou maior área ardida, com quase 25 mil hectares. Segundo o instituto, entre 1 de janeiro e 15 de outubro, ocorreram 10 449 incêndios rurais que resultaram em 110 007 hectares de área ardida, entre povoamentos (54 801 hectares), matos (44 114 hectares) e agricultura (11 092 hectares). Em comparação com o mesmo período de 2021, a área ardida mais do que triplicou, tendo as chamas consumido este ano mais 82 796 hectares, e os incêndios aumentaram 40%, ao registaram-se mais 2 997 fogos.
Autor: Redação/Lusa