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Srs. políticos, não joguem com a Segurança Social!

Em momentos convenientes, a “sustentabilidade” da Segurança Social (SS) vem ao cima e vai servindo de joguete nas mãos dos socialistas. Habituados a estes joguinhos da cabra-cega, os socialistas fazem de conta que o assunto não é demasiado sério e pertinente e enquadram-no com facilidade nas jogadas políticas de ocasião. Até para desviar o foco dos casos severos e outros anómalos que vão aparecendo amiúde.

Por culpas no cartório, certamente, é uma área que os perturba de forma inaudita, pois nos momentos de aflição governativa, não têm pejo de lhe traçarem um cenário enegrecido num exercício de vil vitimização e de atirar o ónus para os outros. Concomitantemente, julgam-se os defensores únicos do sistema. O intuito é confundir os incautos e fazer tremelicar os aflitos.

1 - Os socialistas, a governarem há sete anos, ainda propagavam a todo o gás que a “sustentabilidade” da SS está garantida para 26 anos, não precisando de mais reformas, nem de mais financiamentos extras. Com a crise a esganar as contas das pessoas e para justificar o desvio torpe nos aumentos dos pensionistas afiançam que, afinal, a “sustentabilidade” corre riscos e tem problemas sérios de financiamento, carecendo de uma vigilância acrescida que só eles a podem fazer. E é esta nova realidade que causa apreensão e compreensão aos portugueses, particularmente aos trabalhadores na casa dos 40 anos, que já sentem a incerteza e até receios fundados a tomar-lhes conta das suas vidas. Quer isto dizer que, quando esta camada da população chegar à aposentação, as suas reformas serão mínimas do mínimo, o que lhes impedirá de ter um fim de vida condigno e com algum conforto financeiro.

2 - Foi esta uma das peças do cenário montado para engendrar os malabarismos do “aumento histórico” que apontava ser demasiado “generoso” na oferta, mas que rapidamente se desfez em “embuste histórico” por ser demasiado prolixo e confuso na substância. Mais uma vez se provou que a tal “palavra dada, palavra honrada”, não passa de uma premissa habilidosa para enganar os imberbes, não tivesse o “melhor político de todos os tempos” se comprometido e assumido peremptoriamente em cumprir a lei da actualização das pensões numa entrevista em Junho na CNN. O “apresentador do embuste”, sem sorrisos e com o slogan “ as Famílias Primeiro” no pedestal do microfone, arranjou, de facto, uns malacuecos para contornar a lei socialista de 2007 de Vieira da Silva no que se refere à actualização das pensões. Assim, vai retirar dos bolsos dos pensionistas mil milhões de euros em 2024. (O dr. Costa acusava Passos Coelho, no tempo da Troika, de pretender retirar 600 milhões de euros da SS. E agora só vai retirar mil milhões). É caso para se dizer: Grande descaramento! Ou será grande habilidade! Depende de quem olha!

3 - A verdade é que o problema da “sustentabilidade” existe e não se poderá camuflar com medidas avulso, com intenções batidas e rebatidas em tempos eleitorais e com anúncios carunchosos para torpedear a lei e aproveitar-se da fragilidade lobista dos pensionistas.

A Segurança Social não deveria, de modo nenhum, estar sujeita a estas “aldrabices da retórica política” e às incompetências político-partidárias por ser uma realidade muito séria na segurança, no conforto e nas expectativas das pessoas.

Os socialistas, em momentos de desnorte, como agora está acontecendo, e para iludir a malfadada austeridade, agita o fantasma da fraqueza financeira da Segurança Social e assim amedrontar as pessoas mais debilitadas e mais dependentes, como desempregados, pensionistas e beneficiários do RSI. O corte - afiançam eles - é para reforçar a solidez e a sustentabilidade da Segurança Social. Por isso, o remédio é aceitar. Para enganar os “coitadinhos” dos pensionistas até deu meia pensão. Grande generosidade! Grande político!

4 - Em tudo é preciso rigor. Rigor nas contas, nas palavras, nas medidas, na distribuição. Rigor para que a sustentabilidade na Segurança Social, na Saúde, na Educação, na Justiça sejam os pilares da construção de uma sociedade mais equilibrada. E mais responsável. E mais desenvolvida. Com rigor, o país tem efectivamente futuro. Até agora, a propaganda e as ilusões ocuparam sete anos. Parece impossível! Mas, isto vai ser pago. Sem dúvida!

Governar à PS é o mais fácil que há. É uma governação mais ou menos folclórica e cativante. Promete, reafirma a pés juntos que arruma a austeridade, enrola umas tretas e dá umas migalhas. Se as coisas correrem para torto, empurra o ónus do fracasso para os outros. E como resultado desta subtil e engenhosa “estratégia”, o pessoal gosta e anda contente e feliz da vida.

Como é bom viver num país governado pelos socialistas! Se não é!


Autor: Armindo Oliveira
DM

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2 outubro 2022