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Cansados, mas felizes

A época desportiva do SC Braga tem deixado água na boca aos seus adeptos e motivos de preocupação aos seus adversários.

O sorteio das competições não tinha sido meigo, em especial na liga portuguesa. É certo que jogam sempre todos contra todos, em casa e fora, mas há alturas que parecem menos indicadas. Cientes das dificuldades, os Gverreiros do Minho começaram com um empate a três golos frente ao Sporting, a que se seguiram oito vitórias, sendo seis na liga portuguesa e duas na Liga Europa.

A nível interno, depois do empate inicial frente aos leões, o SC Braga venceu em Famalicão (0-3), o Marítimo em casa (5-0), em Arouca (0-6), o Vitória SC em Braga (1-0), em Vila do Conde (2-3) e o Vizela, na Pedreira (2-0).

Na Liga Europa, a liderança é feita com os triunfos, na Suécia, frente ao Malmö (0-2) e em Braga, frente ao Union Berlin (1-0), sendo a única equipa sem sofrer golos na atual fase de grupos da competição.

A densidade competitiva recomendava alguma gestão e ela tem estado presente, por decisão de Artur Jorge, que, por vezes, pode retirar alguma qualidade e algumas rotinas, o que é compensado pela maior frescura física dos jogadores, uma vez que mentalmente eles estão no auge, em função da bonita série até agora conseguida.

O segundo jogo da Liga Europa, frente ao Union Berlin, provocou um desgaste elevado, uma vez que os alemães chegavam ao Minho na liderança da Bundesliga, um facto que encheu os pulmões da equipa e dos muitos adeptos que vieram a Portugal. Foi conseguida uma vitória tão importante como difícil, num jogo em que a equipa soube adaptar-se aos vários momentos do jogo e esperar pelo momento de ferir o adversário, como viria a acontecer, após substituições que ajudaram no sucesso obtido.

Três dias depois, o SC Braga recebeu o Vizela, com os braguistas a responderem de novo à chamada e a Pedreira a ter muitos milhares nas bancadas, num jogo em que o árbitro mostrou as dificuldades arbitrais que se esperam no futuro, se esta posição ousada se mantiver.

As equipas surgiam em situações antagónicas, com os brácaros na esperança de aproveitarem os deslizes de dois rivais, e os vizelenses desejosos de aumentar a sua pontuação, que está, por agora, aquém da qualidade evidenciada.

A equipa arsenalista entrou forte no encontro, apenas pecando na finalização, o que não era desejável, pois a vantagem permitiria uma gestão do esforço dos atletas, algo que não aconteceria pelo tempo fora.

A reentrada na segunda parte voltou a ser vigorosa, com a criação de várias oportunidades de conseguir o golo que teimava em não aparecer. O apoio dos adeptos voltou a ser importante, com o crescente desgaste dos jogadores a ser compensado pela entrada de jogadores frescos, que acrescentavam qualidade alternativa à equipa. O relógio era o aliado de uns, que estavam contentes com o resultado, e parecia o inimigo de outros, que queriam chegar à vitória, até que já dentro dos últimos dez minutos de jogo surgiu o primeiro golo, por intermédio de Vitinha, que levou as bancadas à loucura, e o golo da confirmação a surgir nos descontos, num grande disparo do Capitão Ricardo Horta.

O triunfo seria guardado, em dois momentos importantes, por Matheus, que fez, nessas alturas, duas defesas monstruosas. Estava conquistado um triunfo difícil, que permite a todos encararem esta pausa, destinada às seleções, cansados, mas felizes.

Agora, é tempo de alguns jogadores partirem para as várias seleções e de os restantes prepararem, com algumas condicionantes, o regresso às competições, na esperança de conseguir novo ciclo brilhante, cujo recomeço acontece no terreno de um dragão ferido pelos últimos resultados. Que a alegria se prolongue por mais tempo, para além desta interrupção.


Autor: António Costa
DM

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22 setembro 2022