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Santiago de Compostela enche-se de jovens em peregrinação de “ensaio” para a JMJ2023

Santiago de Compostela enche-se de jovens em peregrinação de “ensaio” para a JMJ2023
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Publicado em 06 de agosto de 2022, às 15:07

Participantes falam numa “experiência única” e num “ensaio” para a “aguardada” Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em 2023, em Lisboa.

Os milhares de jovens que, até domingo, participam na Peregrinação Europeia da Juventude (PEJ) em Santiago de Compostela, Espanha, falam numa “experiência única” e num “ensaio” para a “aguardada” Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em 2023, em Lisboa. A Praça do Obradoiro, a principal e mais famosa de Santiago de Compostela, por ali se situar a catedral, rapidamente denuncia ser o epicentro da PEJ dadas as centenas de jovens que ali estão, a quantidade de mochilas e sapatilhas espalhadas pelo chão, além das bandeiras de diferentes países que abanam no ar. Contudo, a peregrinação não fica circunscrita à catedral, que acolhe os restos do apóstolo Santiago, mas espalha-se pelas ruas, praças, jardins e igrejas da cidade, assim como a música que se vai fazendo ouvir um pouco por todo o lado. Mas, o que leva um jovem a fazer uma peregrinação de dias até Santiago de Compostela? A resposta, independentemente da nacionalidade, é idêntica: vivenciar uma experiência única, partilhar, amar, criar novas pontes com Deus, olhar o futuro em conjunto, mostrar que a igreja está viva e “ensaiar” para as JMJ2023, em Lisboa, para acolher da “melhor forma” o Papa Francisco, que fará o encerramento da mesma. A alegria, a música e o barulho que se ouve ao redor da catedral contrasta com o que se vive no seu interior onde reina o silêncio, a oração e a reflexão. E silêncio era o que imperava entre um grupo de 20 jovens, da Fraternidade `Verbum Spei´, vindos de San Sebastián (Espanha), que aguardava numa fila extensa para visitar o túmulo de Santiago onde, caso fosse permitido, deixaria um pequeno saco com mensagens que cada um deles foi escrevendo ao longo dos cinco dias em que percorreram 150 quilómetros a pé pelo Caminho do Norte. “É uma forma de deixarmos uma marca nossa”, conta Alban, de 32 anos, à Lusa. Encarando esta peregrinação como um momento importante para tornar os jovens mais próximos da religião, Alban fala ainda numa oportunidade “fantástica” para, em conjunto, construírem o futuro. E, falando em futuro, Alban considera a PEJ uma “espécie de rampa de lançamento” para a “aguardada” JMJ2023 onde, certamente, estará presente, disse. Apesar de ainda faltar um ano para a JMJ2023, Elisabete Inverno, da Juventude Hospitaleira, vai lembrando quem por ela passa ao exibir uma t-shirt com o logótipo oficial do evento. A JMJ2023, à qual tenciona ir, vai ser um evento “inovador” e uma forma de mostrar que a “igreja está viva” e que Portugal é “bom anfitrião”, receando apenas que o estado de saúde do Papa se agrave e impeça a sua vinda a Portugal. Por isso, esta peregrinação de cinco dias que fez a Santiago de Compostela, integrada num grupo de cerca de 50 jovens entre os 20 e 35 anos, funciona como uma “pré-jornada” da JMJ2023, estimou. Uns metros à frente da catedral, junto à Igreja de San Fructuoso, que acolhe os símbolos da JMJ2023 - a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani -, ouve-se música portuguesa... é o hino da JMJ2023. Mais de 50 jovens, com a bandeira de Portugal às costas e publicidade alusiva à jornada, gravavam o hino “Há pressa no ar” para colocar nas redes sociais e, assim, chegar a mais pessoas, sobretudo jovens. O objetivo é divulgar “ao máximo” a JMJ2023 para, assim, atrair peregrinos de todas as nacionalidades, contou à Lusa o diretor do `Caminho 23´ do Comité Organizador Local (COL), Afonso Virtuoso. Ao longo da curta conversa, sem que nunca tenha desviado a atenção da gravação do hino, Afonso Virtuoso classificou a JMJ2023 como uma “grande oportunidade” para a igreja e o país, assim como a “melhor forma de recomeçar” após a pandemia de covid-19. E a peregrinação de cinco dias que este grupo, com jovens de norte a sul de Portugal, fez a Santiago é tida como um “duplo caminho”: caminho em direção a Deus e à JMJ2023. Já sobre como se cativam os jovens para esses caminhos, a resposta foi rápida e simples: “com autenticidade”. À autenticidade, Enrico Concetto, da Diocese de Roma, em Itália, juntou amor. No final de seis dias de peregrinação com mais 30 jovens, Enrico Concetto, apesar de cansado, assumiu que o sentimento é de “alegria e paz interior”. Esta caminhada, acrescentou, mais do que importante para cada um daquele que a fez é “muito importante para preparar” Lisboa onde, referiu, já está o foco dos que aqui se encontram. A PEJ2022, que arrancou quarta-feira, termina domingo com a celebração da eucaristia presidida pelo cardeal António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima e enviado especial do Papa. Além da vertente religiosa, com orações, confissões, catequeses e missas, a peregrinação proporciona aos mais de 12 mil jovens oficinas, espetáculos e visitas culturais. Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto de 2023, prevendo-se a participação de centenas de milhares de jovens e do Papa Francisco, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
Autor: Redação/Lusa