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Refletir o Desporto

Com mais um ano letivo e uma época desportiva em pausa para férias, onde se recarregam baterias para mais um ano de labuta, importa antes de mais efetuar uma análise do que foram os objetivos delineados para a entidade/coletividade e se esses objetivos foram alcançados, fazendo simultaneamente uma avaliação exaustiva de toda a organização interna ao planeamento e gestão dos recursos existentes para que possamos partir para o futuro com uma base sólida e não se construam castelos em terrenos de areia. O final de cada ano ou ciclo deverá ser sempre um momento de reflexão em relação ao que foi feito durante o decorrer do mesmo, sendo assim ponto de partida para a evolução. Vem isto a propósito daquilo a que as entidades ou agremiações desportivas deveriam fazer no final de cada ciclo de trabalho onde tudo deveria ser avaliado, como foi organizado, planeado e realizado com definição exaustiva dos objetivos a atingir devendo estes ser muito bem definidos com indicação dos de curto, médio e longo prazo a serem muito bem aferidos e adaptados à realidade das situações a desenvolver. Devemos olhar urgentemente para o que de errado ou menos bom foi levado a cabo, promovendo as devidas correções, acima de tudo, parar para ouvir todos os intervenientes e começar a reconstrução dos objetivos futuros. Deveríamos começar até pelas entidades governamentais a reestruturar o que se pretende para o desporto do nosso país, várias vezes me tenho referido que este modelo de desenvolvimento e financiamento desportivo está caduco, os tempos evoluíram a sociedade também acompanhou mas, no desporto, parece que paramos no tempo. Dispomos hoje das melhores gerações em termos de formação académica, atualizada, com as novas tecnologias adaptadas, integrados na UE e com muita força para fazer a diferença. Nesse sentido é preciso inovar e continuar a fazer evoluir um sector com um potencial enorme. Mas isto tudo só fará sentido se as organizações que gerem o desporto criarem condições para tal e, até a crise económica que enfrentamos não será o maior problema mas sim uma crise de identidade, mentalidade e de poder. Leva algum tempo a construir? Sim, muito! Existem dificuldades e obstáculos? Imensos! Deveríamos ouvir todas as partes e integrar todos os intervenientes? Só assim faz sentido! Isso já aconteceu, mas posteriormente nada foi decidido. Gostaria que a atividade física e o desporto em Portugal fossem repensados e direcionados para um caminho moderno e atualizado, onde todas as pessoas pudessem praticar e sentir-se felizes quer fosse em lazer ou em competição. Sei que existem especialistas capazes de darem o seu contributo para um desporto melhor e consequentemente uma cidadania melhor, que, mais do que a sua capacidade, do seu esforço e dedicação seja o país a ser compensado e todos juntos possamos finalmente construir uma sociedade mais ativa, moderna e solidária!
Autor: Luís Covas
DM

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15 julho 2022