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Porque votei contra o hastear da bandeira LGBT no edifício da Câmara Municipal

Nos dias de hoje há certos assuntos que são aparentemente moda, são usados e abusados nas redes sociais e ai de quem não alinhe com a turbe que se manifesta, ai de quem pense o contrário ou ai de quem decida ou exteriorize as suas opiniões de maneira diferente à “opinião” da aparente multidão. Quem assim procede é logo alvo de vozes inquisidoras, cheias de certezas sobre a vida e sobre o mundo, embora essa intolerância contra quem pensa e toma atitudes diferentes, esconda, a maior parte das vezes, comportamentos ao arrepio da democracia, à liberdade de opinião e de atuação. Pela minha parte estou bem com a minha consciência e com o respeito aos votos dos eleitores que me elegeram deputado municipal, quando votei contra o hastear da bandeira LGBT no edifício da Câmara Municipal, na última sessão da Assembleia Municipal. Ainda bem que o meu partido, dando um exemplo de democracia, deu liberdade de voto aos membros da sua bancada parlamentar e cada deputado municipal votou de acordo com a sua consciência; e ainda bem que houve uma votação bem expressiva que não aprovou o hastear da dita bandeira. Em primeiro lugar, nem seria necessário dizer, mas pelos vistos nesta sociedade ainda é necessário afirmá-lo, cada pessoa tem todo o direito de viver e tomar as opções pessoais e íntimas que bem entenda, desde que não prejudique os outros. Aliás, ser ou não ser heterossexual, logo no início da puberdade ou mais tarde pela vida fora, não é uma questão de escolha, mas uma questão de caraterística. Não se é ou se deixa de ser por opção, mas é-se heterossexual ou homossexual por que se é, e não se é homossexual ou heterossexual porque não se é! E, sendo assim, ainda bem que as minorias não heterossexuais viram os seus direitos reconhecidos e afirmados, como é o caso do casamento entre pessoas do mesmo sexo, que um avanço civilizacional sem precedentes e de que me orgulho como português. O direito à manifestação, a existência de lugares de conforto, de vária índole, onde pessoas com preferências sexuais minoritárias frequentam, a existência de políticas públicas de eliminação do preconceito e medidas criminais que incidam sobre quem assedia moral ou fisicamente quem tem opções sexuais diferentes, devem existir e serem plenamente aplicáveis. Outra coisa bem diferente é andar a alardear posições minoritárias da sociedade com imposição às maiorias, numa lógica de uma agenda esquerdista, de onde a aterradora ideologia do género tem campo livre e solto. Muito mais importante que a bandeira LGBT é a bandeira contra a violência familiar, contra o racismo, contra as mortes pela ineficácia do nosso SNS, contra a mortes nas estradas, contra a perda do perder de compra, para citar alguns exemplos. Agora só porque há um grupo de pressão mais na moda, há de se impor em relação aos demais? Aliás, sobre a ideologia do género, escrevia eu neste mesmo jornal em 4 de Setembro de 2019: “A ideologia do género pretende impor um conceito de ser humano que ultrapassa em muito a igualdade evidente em dignidade, direitos, deveres e oportunidades. É muito diferente do que o reconhecimento exigível dos direitos das minorias. Os adeptos da ideologia do género defendem que o ser humano é um ser abstrato, sem sexualidade definida, sem identidade natural, que pode ser o que ele quiser no decorrer da sua vida, desde que sinta vontade para isso.” E não contem comigo para demonstrações públicas sem sentido, como se no dia seguinte ao hastear da bandeira se tivesse avançado um milímetro que fosse contra a descriminação sexual ou para favorecer agendas políticas neo comunistas escondidas. As minoria que maioritariamente se manifestam vêm com os seus juízos inabaláveis ? É para o lado que se dorme melhor. Braga votou e votou bem.
Autor: Joaquim Barbosa
DM

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13 julho 2022