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Estacionamento nas Piscinas: aberta a caixinha de Pandora

- Acresce que, a última narrativa da multa gratuita com raias de passadismo, implica que vos fale também , caros leitores, da caixinha de Pandora que se abriu e espalhou o caos, na zona das Piscinas. Ora, veja-se:

As obras das Piscinas foram de um fausto bizantino. Nunca menos que 5 estrelas! Elas demoraram anos a ser concluídas e os moradores mantinham altas expectativas no seu resultado final, sobretudo ao nível do estacionamento. Mas estávamos todos enganados, nas nossas fidelíssimas esperanças. Para uma obra tão ambiciosa, com a inclusão de mais 4 ou 5 campos de ténis, nos antigos e estreitos espaços de desporto, era expectável que tais mudanças estruturais incluíssem a construção subterrânea de um espaço de estacionamento que qualquer pessoa de claro entendimento julga prioritário. Era o mínimo que seria de esperar e que estivesse à altura do projeto arquitetónico de regeneração do complexo desportivo. Acresce, contudo, que, com as obras concluídas, o fluxo de pessoas aumentou, os parcos espaços ficaram ainda mais sobrecarregados com camionetas que transportam alunos dos concelhos e escolas periféricas que vêm, aqui, fazer provas desportivas. E, claro, as camionetas, estacionam onde calha: sobre os passeios, sobre os espaços verdes, em contramão, em Z, em K, em S! É um salve-se quem puder! Atenta ao discurso da tomada de posse proferido pela Srª Vereadora, Drª Olga Pereira, vi que, entre outras promessas, expressa a sua preocupação pela questão da mobilidade, na cidade; pelo atraso das obras do nó de Infias; pela urgência das redes cicláveis, pela construção de parques de estacionamento periféricos, o que é louvável. Pena, porém, ter esquecido de avaliar “in loco” e referido a urgência da reorganização do aparcamento caótico, nesta Praça, numa zona repleta de espaços de desporto, desde os vários campos de ténis, às aulas de natação, com um horário, entre as 8 e as 23h. Ou será que a nova edil considera como “periférico” o espaço desportivo das “Piscinas”?!. Permita-me que lhe diga que a sua tarefa, Drª Olga, é ciclópica, na verdade!... Herdou um tabuleiro de xadrez cujas peças mestras estão coladas. E, sem mobilidade, o jogo torna-se impossível. Enxadreza-se, melhor dizendo. Poder-se-ia encontrar, no entendimento de muitos moradores, uma solução fácil e que em muito descongestionaria o aparcamento, nesta zona desportiva, se se tivesse aproveitado um amplo espaço público e, sem qualquer utilidade, situado do outro lado da faixa da via rápida, o qual se poderá tornar-se num parque de estacionamento de apoio ao complexo das Piscinas. Complexo é complexo, mas nem por isso exige soluções complexas. Com efeito, como existe um portão das piscinas que dá para a via rápida, adultos, jovens e crianças teriam apenas de passar por debaixo do viaduto, a pedir iluminação e limpeza mais cuidadas. Afinal, tudo mais simples, mais vigiado e, sobretudo, descongestionante. Deste modo, pais, alunos e Escolas da periferia não estariam à mercê do insólito da multa gratuita ou do reboque, enquanto praticam o salutar desporto que o complexo lhes oferece. Na verdade, o Sr. Vereador do Pelouro da Direção cessante recebeu inúmeras queixas enviadas pelos moradores, pelos condomínios, por reclamação pessoais, pelo presidente da junta de S. Victor, àquele tempo o Dr. Firmino, a quem expusemos, várias vezes, esta situação, porém, do alto do seu cadeirame, terão pensado: “Essa agora, eu não tenho tempo para dar ouvidos a reclamações mesquinhas de mobilidade. E, “Zás, zás, zás, caixote do lixo para te quero! Delete! Daqui lavo as minhas mãos!”.


Autor: Maria Adelina Vieira
DM

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22 junho 2022