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“DESGARRADA” SANJOANINA

O tempo é de folia, O tempo é de verão, O tempo é de calor, É tempo de S. João.   Nosso povo sai à rua E festeja o São João, Anda de cravo e martelo Enquanto sobe o balão.   Foi ao som de marteladas Que em dia de São João Eu perdi minha cabeça, Mas encontrei a paixão.   Em noite de São João Vou andar até ser dia, Dou alho porro a cheirar E malho na pandemia.   De lágrimas é o fogo, Os balões de luz e cor, S. João p’ra tua festa Só te peço paz e amor. O maior de todos é S. João teu arraial, É a festa mais bonita De todas em Portugal   Ó meu S. João da Ponte Te rogo todos os dias, Que digas como se pode Desatar o nó de Infias. S. João está contente, Este ano bem se vê, Porque Braga irá ter O Metro Bê Erre Tê.   Meu S. João, tal metro Cá no centro citadino, Com autocarros enormes, Já prevejo um desatino.   Diz-se que as Convertidas Irão ser para um museu Da cidade virtual, S. João, A mostrar o que é de seu.     Cá o burgo merecia, São João, museu real, Mas sem vontade e pilim Não haverá como tal.   Salvador quer novo estádio Em cima do que é velhinho, São João, muda-lhe a ideia, Recalcula-lhe o caminho.   S. João se fores ao estádio Ver o Braga e seus rivais, Uma ausência irás notar A d’Amelinha Morais. A cidade vai crescendo Para os lados e pró ar, Só não cresce São João A capacidade d’ ETAR   Pronto a vestir há em Braga, Pronto a dormir e comer, São João só não há pronto No muito que há p’ra fazer.     Ó meu rico São João Tanta coisa anunciada, Tanta pompa e circunstância Só que vai-se a ver e nada.   Marasmo anda por cá, São João, para ficar Instalou-se por aí E pensa não nos deixar.   Braga tem, meu S. João, Um verdeiro artista: Muita parra, pouca uva E muito fogo de vista.   S. João tu não és rico Mas pobre é que não és, Tens a riqueza de ter Braga toda a teus pés.   Tua imagem São João Tem um cordeiro ao pé; E em Braga a diocese O Arcebispo Dom José.   É o novo Pastor do redil Da nossa Augusta cidade, Que nos enche São João De muito orgulho e vaidade.   S. João incute aos jovens, Apela à sua virtude, Que respondam ao Encontro Mundial da Juventude.   O encontro vai-se dar Muitos jovens lá estarão Junto ao Papa e a rezar Ó meu rico São João.   A invasão á Ucrânia Tu condenas já se vê, S. João só não o faz O partido Pê Cê Pê.   S. João que esperas tu Desta nova governança? As práticas do costume A mesma música e dança.     Muita malta da política Anda, aí, toda maluca. Por que será São João? Não sabes? É a bazuca.   Preguiçosos aos doentes, S. João, são uma afronta. Que depois de se curarem São quem vai pagar a conta   A vida é a doença Cujo sono alivia já a morte, S. João, É momento de magia. Já pensaram ofuscar Teus festejos, São João, Avivando os do Avante E os da Revolução.   S. João estamos tramados Com esta tropa fandanga, Que à pala do socialismo Ainda nos deixa de tanga.       Braga vai ser S. João, A posição já promete, Da Europa Capital, Da Cultura vinte e sete.     O que Braga tanto anseia, Ó S. João, não te esqueças, É que voltes para o ano E Rio cumpra as promessas.
Autor: Narciso Mendes
DM

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20 junho 2022