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Bloqueio mental

O futebol de praia do SC Braga falhou, na Nazaré, a reconquista do título europeu que perdeu na final nas duas épocas anteriores e que agora voltou a fazer. Parece existir um bloqueio mental na equipa quando esta se apresenta na final da Euro Winners Cup, a avaliar pelas três últimas prestações, que nem se compreende muito bem.

Pela primeira vez na história da competição estiveram presentes duas equipas do mesmo país, com os bracarenses a defrontarem a Casa do Benfica de Loures, num duelo que se repetiu várias vezes na época anterior, assim como na atual. Recordo que o SC Braga venceu o campeonato nacional, a Taça de Portugal e, já esta temporada, a Supertaça, sempre frente a este mesmo adversário e até na presente edição da liga são os Gverreiros das areias que comandam, já depois de terem derrotado, no desempate por pontapés da marca de grande penalidade, de novo o mesmo rival. Portanto, pelo histórico recente, a equipa bracarense surgia em campo como favorita na final, algo que foi incapaz de confirmar.

O jogo decisivo foi de pouca fortuna para os comandados de Bruno Torres, pois nos momentos decisivos foram diversas as bolas que os ferros devolveram, evitando que os golos surgissem. Confesso que perdi a conta às bolas que os postes e a trave “defenderam”, mas isso nada conta do resultado final, uma vez que são os golos que ditam as leis a esse nível. Contrariamente ao que tem sido habitual, os arsenalistas surgiram em campo demasiado cautelosos, numa postura diferente dos encontros antecedentes, que acabou por se refletir negativamente no desfecho do encontro. Claro que se tratava de uma final e isso requer cuidados adicionais, mas como diria um conhecido treinador português “as finais não se jogam, ganham-se”.

O pós-jogo deve ter sido doloroso para toda a equipa que os manos Torres treinam, sob liderança do Bruno, que acumula também o papel de grande Capitão desta equipa, em função da perda de um título quando nada o fazia prever, a não ser pelo facto de se tratar de uma final. Agora é preciso levantar bem as cabeças, avaliar o que correu mal e seguir em busca da conquista dos títulos ainda por disputar na temporada atual, à semelhança da época anterior, em que a resposta foi afirmativa e resultou na obtenção de todos os títulos em que a equipa esteve envolvida. Lembrem-se que dos fracos não reza a história, pelo que faço votos para que os êxitos voltem a integrar o quotidiano e a forma de estar do futebol da praia do SC Braga, pois, afinal, estamos a falar da melhor equipa do mundo da atualidade.

Este projeto de futebol de praia tem tido um sucesso digno de realce e tem boas condições para ser autossustentável, se ainda não é. Nas horas boas todos gostamos das conquistas obtidas, nas horas menos boas não devemos abandonar a equipa, porque ela merece o nosso carinho sempre.

Fora das areias, os próximos tempos são de férias para a equipa principal de futebol, que para alguns já estão a acabar e para outros, que estiveram ao serviço das diferentes seleções, ainda estão a começar. Há consciência de que um ou outro elemento possa sair, a troco do desejado equilíbrio financeiro, mas a maioria do plantel deve permanecer na próxima temporada, onde Artur Jorge comandará os destinos do SC Braga. Espero que o recente prolongamento de contrato de André Horta seja fortalecido pela manutenção dos laços familiares que nos últimos anos tem sido uma realidade em Braga.


Autor: António Costa
DM

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16 junho 2022