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Se não há futebol... há “futebolice”

Iniciou o período mais aborrecido para os adeptos de futebol. Teremos agora mais de dois longos meses sem futebol a nível dos campeonatos nacionais.

Este período é conhecido no meio como o período do defeso, e, como não podia deixar de acontecer, há sempre muito barulho e bastante confusão no mundo do futebol, haja ou não campeonatos a decorrer. E isso acontece porque, durante o defeso, especula-se muito sobre entradas e saídas, sobre reforços, promessas, dispensas, as posições dos clubes, a preponderância e a abordagem dos presidentes dos clubes... enfim, uma miríade de não assuntos que têm nesta fase de calmaria dentro das quatro linhas uma oportunidade de se fazerem ouvir.

Os jornais desportivos e as televisões e rádios, nos seus infindáveis programas sobre desporto, ávidos de notícias, vão iludindo, na maior parte das vezes, os seus consumidores e ouvintes, debitando largas quantidades de informação que sabem não ser fidedigna, para, dessa forma, garantirem audiências que não param de me surpreender.

Como disse atrás, é (tristemente) usual os presidentes dos clubes, os treinadores, os empresários dos jogadores, e outros cromos da bola, enviarem “secretamente” aos órgãos de comunicação social notícias sobre o interesse de determinados clubes neste ou naquele jogador, neste ou naquele treinador, para desta forma tentarem despachar quem não interessa e valorizar quem pretendem transacionar. É evidente que os meios de comunicação social têm conhecimento desta farsa, mas, na falta de notícias, sabemos que vale tudo.

Depois, aparece sempre um ou outro dirigente máximo, habitualmente dos mesmos clubes (pasme-se!), a provar o seu vigor e a defesa intransigente dos interesses da sua instituição, a demonstrar aos seus adeptos que é um excelente negociador e a tentar impressionar as gentes do seu quadrante, quando, na verdade, teve mais uma época repleta de fracassos, devendo, isso sim, preocupar-se em gerir o clube com outro tipo de competência e transparência.

O futebol em Portugal está constantemente envolto em polémicas, em casos de corrupção e, sobretudo, refém de dirigentes incompetentes e nada sérios, pessoas que deviam envergonhar os clubes (os seus adeptos) e o nosso país. A mim, envergonham!

Muita coisa tem de mudar, e, quiçá, talvez esta altura do defeso seja mesmo a melhor oportunidade para que isso aconteça. Seria uma boa altura para as autoridades judiciais atuarem, e para o governo impor por decreto aquilo as instituições que gerem o futebol não querem nem têm coragem para alterar.


Autor: João Gomes
DM

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9 junho 2022