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Balanço da época

A época desportiva 2021/2022 em Braga já terminou, para desgosto dos braguistas, que gostariam de estar na defesa do seu título de campeão da Taça de Portugal, conquistado com brilho na época anterior, deixando Coimbra com mais encanto, simbolicamente vestida de vermelho e branco, mesmo longe dos seus adeptos, impedidos de ver a final por uma pandemia que ditava leis.

Em bom rigor ainda não terminou, porque as atenções estarão centradas na final do Jamor, sendo desejo da Legião do Minho que o FC Porto vença a Taça e que, com isso, o SC Braga se apure diretamente para a fase de grupos da Liga Europa.

Neste artigo vou fazer uma avaliação parcial e outra mais globalizante da performance dos Gverreiros do Minho, que terá sempre um evidente caráter subjetivo, pelo que eu assumo na íntegra o conteúdo do que esta escrita registar.

A nível internacional, a prestação na Liga Europa honrou o país e a cidade de Braga, dando uma visibilidade que nenhum aluguer de um estádio consegue pagar. A fase de grupos foi superada em segunda lugar e a eliminar tombaram, em seguida, o Sheriff (Moldávia) e o Mónaco (do principado, ainda que integre a liga francesa).

O embate frente aos escoceses do Rangers começou bem, com uma vitória na Pedreira, por 1x0, que deixou boas perspetivas de prosseguir em prova, mas na segunda mão viu-se uma arbitragem miserável de um senhor francês que foi decisivo na eliminação bracarense. Curiosamente, a equipa da Escócia está apurada para a final onde, eventualmente, deveria estar o SC Braga. Mas a prestação foi amplamente positiva e dignificante para o país.

A nível interno tenho a lamentar a precoce eliminação nas duas taças, numa semana horrível para a época brácara. Foi nesta fase que muita gente desejou a saída do treinador, onde eu não me incluo, felizmente.

Carlos Carvalhal disse que ainda havia muita coisa para conquistar até ao fim, mas as coisas pioraram quando o Gil Vicente ganhou em Braga, de modo inesperado e imerecido, porque foi um castigo gigantesco para os arsenalistas.

Foi nesta altura que alguns adeptos desataram a consultar o calendário de SC Braga e Gil Vicente para prever a desgraça que nunca se concretizou. O conjunto bracarense deu uma resposta cabal e, contrariando a tendência de muitas épocas desportivas, consegue uma ponta final digna de realce, a ponto que muitos críticos do técnico acharem que ele já deveria ter renovado. As emoções da bola são assim mesmo.

A prestação na liga portuguesa, com o lançamento efetivo de algumas jovens promessas provenientes da Cidade Desportiva, é boa, conseguida em crescendo e superando a pontuação da temporada anterior, apesar de o Braga ter perdido o último jogo da época em Famalicão por 3-2, depois de ter estado a vencer bem cedo por dois golos de diferença, com Ricardo Horta a tornar-se no melhor marcador de sempre do clube, depois de ter chegado aos 93 golos. Parabéns, RH21.

Numa avaliação globalizante, que educativamente está na moda, direi que a época desportiva do SC Braga foi positiva e permitiu lançar boas bases para que no futuro próximo a equipa surja mais forte, mesmo admitindo que duas ou três peças relevantes possam sair, em troca de uma necessária estabilidade financeira, fundamental para continuar o projeto desportivo bracarense. Mas, depois de tudo o que foi feito, seria desejável que o braguista Carlos Carvalhal continuasse a servir o clube do seu coração. No entanto, a vida é feita de ciclos e este chegou ao fim, pelo que eu desejo as maiores felicidades a Carlos Carvalhal.

Vira-se uma nova página e Artur Jorge é o novo treinador do SC Braga, a quem desejo muita sorte e competência, com a esperança de que os sorrisos entrem na Legião, através dos sucessos da sua equipa principal.


Autor: António Costa
DM

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19 maio 2022