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“Quando deixamos de ser dois…”

O nascimento de um filho é um dos acontecimentos mais marcantes no ciclo de vida de qualquer pessoa. Após o casal iniciar uma vida em comum, a primeira grande mudança é a chegada do primeiro filho, representando uma verdadeira revolução e um turbilhão de emoções, que vão desde a felicidade e admiração, até aos medos, receios e dúvidas. Nesta nova fase do ciclo da família, onde as dimensões da parentalidade e conjugalidade se cruzam pela primeira vez, vai confrontar-se com novos desafios e exigências:
  • Desde logo tem de criar espaço para o novo elemento que ocupa muita atenção e tempo – o que antes era a dois, passa a ser a três;

  • Surgem novos papéis, os de pai e mãe, e há necessidade de definir a parentalidade, negociando a melhor forma de educar o vosso filho;

  • As suas rotinas e tarefas são alteradas, quer as familiares, quer as individuais, havendo necessidade de partilhar novas tarefas e responsabilidades;

  • A relação com outros sistemas, bem como as suas rotinas e atividades têm de ser geridas em função da criança.

De modo a responder a estas exigências, é fundamental que o casal reforce a comunicação, partilhando um com o outro aquilo que precisam, o que estavam à espera, e o que está a correr bem ou mal. Os sentimentos contraditórios em relação à parentalidade são normais, uma vez que ter um filho também é deixar de ter outras coisas. É normal que nos primeiros tempos a sua atenção seja voltada para o novo membro da família, que necessita de proteção e segurança mas, progressivamente, deve encontrar espaço para a relação conjugal, para a relação do casal com o exterior, bem como para o cuidado individual (ou seja, para o que cada um precisa fora deste núcleo).

Promova a autonomia do seu filho, preparando-o para estar só com um dos pais ou com outros elementos significativos, de modo a ter espaço e tempo para alcançar este complexo equilíbrio.


Autor: Cristiana Fernandes
DM

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13 maio 2022