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IPVC cria plataforma de deteção e combate a invasoras

IPVC cria plataforma de deteção e combate a invasoras
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Publicado em 05 de maio de 2022, às 16:11

Plataforma poderá constituir uma importante ferramenta de apoio ao Plano Nacional de Prevenção e Gestão de Espécies Exóticas Invasoras.

Investigadores do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) criaram uma plataforma que permite a deteção remota e uma resposta rápida no combate ao alastramento de espécies invasoras nos rios Lima e Cávado, foi hoje divulgado. “A partir de imagens satélite, os técnicos podem acompanhar zonas específicas e isso vai permitir intervir e limpar antecipadamente”, explicou o coordenador do projeto SINVAQUA, Joaquim Mamede Alonso, citado numa nota do IPVC, enviada à imprensa. Para o professor da Escola Superior Agrária (ESA), situada em Ponte de Lima, esta plataforma poderá constituir “uma importante ferramenta de apoio ao Plano Nacional de Prevenção e Gestão de Espécies Exóticas Invasoras e de capacitação de profissionais e entidades gestoras, nomeadamente o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), os municípios e as associações de conservação”. Joaquim Mamede Alonso explicou que “o sistema está a ser desenvolvido e testado para duas espécies alvo, a elódea-densa ('Egeria densa') e o jacinto-de-água ('Eichhornia crassipes'”, em duas áreas geográficas teste, o rio Lima, no distrito de Viana do Castelo e o rio Cávado, no distrito de Braga. O responsável realçou “a possibilidade de se tomarem decisões atempadas, em matéria de invasão biológica e conservação da natureza, com base em conhecimento específico do local”. “Este sistema vai permitir ainda reduzir esforços no acompanhamento e monitorização de alterações territoriais ‘in loco’ por parte dos técnicos municipais e locais, proporcionando ganhos na coordenação e planeamento de ações de controlo de plantas exóticas invasoras aquáticas”, sublinhou. A plataforma SINVAQUA, criada pelo IPVC, no âmbito do projeto com o mesmo nome, financiado pelo Fundo Ambiental, “torna visível muito do trabalho feito até agora, operacionalizando as decisões de quem está no terreno já que o sistema permite a deteção remota e a resposta rápida à disseminação de plantas exóticas invasoras aquáticas”, especificou o docente. Com um custo total de 84.700 euros, o SINVAQUA foi financiado em 71.995 euros, pelo Fundo Ambiental. O projeto SINVAQUA é coordenado e promovido pelo IPVC, contando com a participação do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto. “Esta projeto surge na linha de trabalho e investigação que temos vindo a desenvolver e, esta plataforma, acaba por ser uma peça muito importante já que permite transportar para a sociedade o trabalho que realizamos até aqui”, observou o docente da ESA. A plataforma “será um contributo para o avanço da investigação portuguesa na ‘interface’ academia sociedade-empresas-governança, através do reforço do conhecimento ambiental e da inovação dos métodos de deteção numa aposta digital”, disse o coordenador do SINVAQUA. Aquela ferramenta “permite a melhoria dos processos de aquisição, o acesso, o tratamento e classificação das imagens, a cartografia de áreas invadidas, bem como o suporte à monitorização e gestão destes espaços e processos de invasão em tempo oportuno e de forma colaborativa entre os cidadãos, investigadores e técnicos”. A apresentação do projeto e da respetiva plataforma realiza-se na segunda-feira, às 10:00 num seminário/webinar, no auditório Professor Eugénio Castro Caldas, na ESA, em Ponte de Lima e, que poderá ser também acompanhado ‘on-line’. Já no dia 13 de maio, no mesmo auditório decorrerá um ‘workshop’, dirigido a técnicos. A ação de formação prevê “trabalho de campo", para que os participantes tenham a oportunidade de fazer o levantamento de imagens com recurso a ‘drones’. A sessão inclui ainda uma ação de “produção de ortofotomapas, o tratamento radiométrico e a definição de áreas de treino” e, experiências e exercícios na plataforma SINVAQUA.
Autor: Redação/Lusa