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Ucrânia: Dois milhões de crianças fugiram do país devido à guerra

Ucrânia: Dois milhões de crianças fugiram do país devido à guerra
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Publicado em 30 de março de 2022, às 22:18

Segundo a nota da UNICEF, o Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos documentou a morte de mais de 100 crianças desde o início do conflito, enquanto outras 134 foram feridas, e considerou "provável que o número real seja muit

Dois milhões de crianças tiveram de fugir da Ucrânia em busca de segurança noutros países e mais de 2,5 milhões estão deslocadas dentro do país devido à invasão militar da Rússia, anunciou hoje a UNICEF. De acordo com uma nota de imprensa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 60% das crianças ucranianas estão agora longe das suas casas, numa altura em que os ataques às áreas urbanas continuam. "A situação dentro da Ucrânia está a agravar-se. Como o número de crianças que fogem das suas casas continua a aumentar, devemos lembrar que cada uma delas precisa de protecção, educação, segurança e apoio", afirmou a Directora Executiva da UNICEF, Catherine Russell, na mesma informação à imprensa. As crianças perfazem metade de todos os refugiados da guerra na Ucrânia, de acordo com a UNICEF e o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR). Mais de 1,1 milhões de crianças chegaram à Polónia, com centenas de milhares a chegar também à Roménia, Moldova, Hungria, Eslováquia e República Checa. Para reduzir os riscos que as crianças e os jovens enfrentam, a UNICEF, o ACNUR e parceiros governamentais e da sociedade civil estão a aumentar nos países que acolhem refugiados o número de 'Blue Dot', "espaços seguros que podem fornecer informações às famílias em trânsito, ajudar a identificar crianças separadas e não acompanhadas e a assegurar a sua proteção contra a exploração, e que servem também como ponto de acesso a um leque de serviços essenciais". A UNICEF está ainda a trabalhar com carácter de urgência junto dos governos nacionais e outras autoridades locais, para pôr em prática mais medidas destinadas a garantir a segurança das crianças, incluindo o reforço dos rastreios de proteção infantil nos postos fronteiriços. Segundo a nota da UNICEF, o Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos documentou a morte de mais de 100 crianças desde o início do conflito, enquanto outras 134 foram feridas, e considerou "provável que o número real seja muito mais elevado". Para apoiar as crianças ucranianas e as suas famílias, a UNICEF "continua a aumentar a sua resposta dentro da Ucrânia e nos países de acolhimento de refugiados". Esta semana a UNICEF iniciou um programa humanitário de transferência de dinheiro para apoiar 52.000 famílias vulneráveis dentro da Ucrânia e na segunda-feira enviou 114 camiões, transportando 1.275 toneladas de material de emergência, para apoiar crianças e famílias na Ucrânia e nos países limítrofes. Do total de camiões, 63 chegaram à Ucrânia para responder às necessidades de mais de 8 milhões de pessoas, incluindo 2 milhões de crianças, com cargas que incluem medicamentos e equipamento médico, vestuário de inverno para crianças, e artigos de higiene, educação, desenvolvimento infantil e 'kits' recreativos. A UNICEF está presente em 190 países e territórios do mundo e é a única organização da ONU que depende inteiramente de contribuições voluntárias, públicas e privadas. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.189 civis, incluindo 108 crianças, e feriu 1.901, entre os quais 142 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior. A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos. A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Autor: Redação