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BE diz que não é aceitável “sequestro de um primeiro-ministro”

BE diz que não é aceitável “sequestro de um primeiro-ministro”
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Publicado em 30 de março de 2022, às 22:08

Para Pedro Filipe Soares, quando o primeiro-ministro “diz que vai apresentar o mesmo programa de Governo com que foi a eleições, parece que não houve uma guerra pelo meio, parece que não há uma inflação galopante no imediato”.

O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, considerou hoje não fazer sentido que a tomada de posse do Governo seja “o dia de sequestro de um primeiro-ministro” no executivo, numa alusão ao aviso do Presidente da República. “Hoje é o dia de tomada de posse do Governo. Não nos parece que seja aceitável considerar que é o dia de sequestro de um primeiro-ministro num Governo. Acho que não faz sentido”, respondeu aos jornalistas Pedro Filipe Soares quando questionado sobre este aviso deixado pelo Presidente da República após a posse, falando à saída da cerimónia que decorreu hoje no Palácio da Ajuda, em Lisboa. Marcelo Rebelo de Sousa tinha avisado o primeiro-ministro, António Costa, que será difícil a sua substituição a meio da legislatura, defendendo que os portugueses "deram a maioria absoluta a um partido, mas também a um homem". Na opinião do dirigente bloquista, “o primeiro-ministro não pode ter desculpas para não cumprir o seu mandato e não pode ter desculpas para não o cumprir de forma a responder aos problemas essenciais do país”. “A relação entre o Governo e o Presidente da República ao Governo e ao Presidente da República diz respeito. Não nos parece é que inaugurar o modelo de um primeiro-ministro sequestrado no dia de tomada de posse faça sentido e esperemos que o primeiro-ministro não use disso uma desculpa para não cumprir o seu mandato”, respondeu, perante a insistência dos jornalistas. De acordo com Pedro Filipe Soares, António Costa “tem uma maioria absoluta” – “aquilo que pediu”, acrescentou – e o que o BE espera “é que tenha a capacidade de responder ao que não respondeu até agora” como o reforço dos serviços públicos, a melhoria dos salários, “mas também aos novos desafios que a guerra traz” como o aumento dos preços, “o que isso significa nas pensões e nos salários já baixos do nosso país”. “A todos estes desafios o Governo tem de dizer presente. Sem desculpas, sem ‘mas’ e sem um primeiro-ministro que não está sequestrado”, insistiu. Prometendo “uma oposição construtiva, forte e que não lhe dará essa desculpa para não cumprir perante o país”, o líder parlamentar do BE apontou uma falha no discurso de António Costa naquilo que às prioridades para o país diz respeito. “Faltou uma questão fundamental neste momento que é, face ao aumento dos preços galopante, não há nenhuma resposta para os mais fragilizados economicamente da nossa sociedade. É uma falha que é grande”, criticou. Para Pedro Filipe Soares, quando o primeiro-ministro “diz que vai apresentar o mesmo programa de Governo com que foi a eleições, parece que não houve uma guerra pelo meio, parece que não há uma inflação galopante no imediato”.
Autor: Redação