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Construção de residência em escola de agricultura de Ponte Lima lançada a concurso

Construção de residência em escola de agricultura de Ponte Lima lançada a concurso
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Publicado em 02 de fevereiro de 2022, às 11:54

A empreitada tem um prazo de execução de 300 dias.

A construção de uma residência para estudantes na Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima (EPADRPL) foi hoje lançada a concurso público pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE), pelo valor de 590 mil euros.

De acordo com o anúncio publicado hoje em Diário da República, a empreitada tem um prazo de execução de 300 dias.

Contactado pela agência Lusa, o diretor da EPADRPL, Amâncio Cerqueira, disse que a construção da residência, com capacidade para acolher 64 alunos, era “há muito ansiada” por ser “a única escola agrícola no país sem esta infraestrutura”.

“Gostaria muito que a construção da residência pudesse começar em março porque faz muita falta. Não há muitas escolas no país com esta tipologia e os pais, quando têm de decidir onde inscrever os filhos, obviamente sentem-se mais confortáveis se a escola tiver residência”, explicou Amâncio Cerqueira.

A residência vai ser construída aproveitando os socalcos na quinta onde a escola está inserida, junto a um lago, fazendo a ligação à parte superior do centro escola, onde estão instaladas a cantina e o refeitório e onde serão servidos os jantares aos alunos.

Criada há 31 anos, a escola está integrada numa propriedade agrícola com uma área total de 24 hectares, na freguesia de Arca, em Ponte de Lima, distrito de Viana do Castelo.

É uma escola profissional pública vocacionada para o desenvolvimento rural da região.

A oferta formativa é composta por cursos de formação profissional para jovens até aos 20 anos, com o 9.º ano de escolaridade concluído e têm uma duração de três anos, conferindo o diploma de conclusão do 12.º ano de escolaridade e o certificado de qualificação profissional de nível IV, da União Europeia, que permite a inserção no mercado de trabalho como técnicos intermédios e equivalência para acesso ao ensino superior.

Atualmente, a EPADRPL, com 180 alunos, atribui um subsídio aos alunos que necessitam de alojamento.

“Temos alunos oriundos de todo o país e dos Açores que atualmente estão alojados em casas particulares, mas não é a situação ideal. Estamos a falar de alunos do ensino secundário, com idades entre os 15 e os 16 anos, que tem de ter alguma vigilância”, especificou o diretor.

A escola ministra cursos nas áreas da produção agropecuária, gestão equina, hotelaria e restauração e, desde 2007, leciona, ainda, cursos de educação e formação na área de jardinagem.

“Os jovens que chegam à escola estão muito vocacionados para a esta vertente profissional. No final do curso, a sua intenção ou é partir para o mercado de trabalho, ou para o ensino superior, sendo que muitos são filhos de empresários agrícolas e já têm o seu foco muito dirigido para as explorações dos pais”, explicou Amâncio Cerqueira.

A exploração agrícola da EPADRPL encontra-se dividida em diferentes setores de atividade desde a produção agropecuária à vegetal.

Na produção animal, a escola dedica-se à criação de raças autóctones, como os bovinos da raça frísia, ovelhas da raça Bordaleira de Entre Douro e Minho, de suínos da raça bísara, de galinhas Pedrês Portuguesa e Preta Lusitânica e de abelhas para produção de mel.

A escola é ainda produtora e engarrafadora dos vinhos da marca Vinhas do Cruzeiro, que comercializa sob a forma de vinhos monovarietais das castas Loureiro, Arinto e Vinhão, tendo ainda iniciado a produção de espumante, tendo por base a casta Loureiro.

Horticultura, plantas aromáticas e ornamentais, jardinagem, eculturas arvenses são outros dos setores de atividade, representando a última a maior área produtiva de ocupação agrícola da escola, com milho e azevém, destinados à alimentação animal.

“Toda a produção da quinta é vendida. O rendimento é reinvestido na qualidade dos cursos, através da aquisição de equipamentos. No ano passado, investimos numa ordenha robotizada, resultado da rentabilidade da exploração agrícola”, apontou Amâncio Cerqueira.


Autor: Redação/Lusa