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Repto de peregrinos de Santiago impulsiona troca de livros em Ponte de Lima

Repto de peregrinos de Santiago impulsiona troca de livros em Ponte de Lima
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Publicado em 27 de janeiro de 2022, às 17:29

A biblioteca sustentável, em forma de casa, construída através da reutilização de materiais, abriu portas na terça-feira, Dia Mundial da Educação Ambiental, e conta com uma centena de publicações.

As Lagoas de Bertiandos e S. Pedro D´Arcos, Ponte de Lima, dispõem de uma biblioteca de livre acesso que permite a troca de livros, criada por proposta de peregrinos de Santiago que pernoitam na Área de Paisagem Protegida. “Muitos dos peregrinos saem do Caminho para Santiago de Compostela [Galiza] para ficarem alojados na Quinta de Pentieiros. Muitas vezes perguntaram se não tínhamos livros para ocuparem o tempo de descanso com a leitura”, disse hoje à agência Lusa a técnica da Câmara de Ponte de Lima, Irene Lourenço. A biblioteca sustentável daquela área protegida, em forma de casa, construída através da reutilização de materiais, abriu portas na terça-feira, Dia Mundial da Educação Ambiental, e conta com uma centena de publicações. Além de responder ao “desafio” lançado por “muitos” peregrinos a caminho de Santiago de Compostela, o projeto de “cultura solidária”, com o lema “leve um livro e troque por outro”, veio também “dar destino aos livros deixados na Área de Paisagem Protegida por utilizadores do parque de campismo, que na partida aliviavam o peso das mochilas. “Assim nasceu a ideia de criar um espaço onde fosse permitido trocar publicações que já não tendo interesse para os seus detentores possam ter interesse para outros leitores”, sublinhou Irene Lourenço. A criação da biblioteca de livre acesso da Quinta de Pentieiros pretende ainda “fomentar o gosto pela leitura, permitindo um contacto mais duradouro com o mundo rural e transmitir muitas das problemáticas associadas às questões ambientais”. O projeto da biblioteca sustentável inclui ainda a instalação, em determinados pontos do percurso pedagógico da Quinta de Pentieiros, de representações com materiais existentes no espaço e que recriam “vários contos, que apelam à esperança, ao espírito de entreajuda, ao respeito pelo próximo e pelo ambiente em geral, entre outros”. Irene Lourenço apontou como exemplo o livro "A Árvore Generosa", de Shel Silverstein, que conta a história de “um menino que todos os dias vai até uma árvore para se pendurar nos seus galhos, comer as suas maçãs e descansar sob sua sombra”. “Para reproduzir a história utilizamos um carvalho, onde colocamos bolas laranjas recriar uma macieira e um boneco, que representa o menino. Ao longo do percurso o visitante vê no terreno a representação e numa placa pode ler o texto reproduzido naquela criação”, explicou. A inauguração da biblioteca sustentável da Quinta de Pentieiros contou com a participação de 100 alunos dos Centros Educativos das Lagoas, Feitosa e da Facha, sendo que cada um trouxe um livro e levou uma publicação da Área de Paisagem Protegida. Criada em 2000, quando José Sócrates era ministro do Ambiente, a Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e São Pedro de Arcos está situada no sopé da Serra d´Arga, numa zona que inclui duas lagoas, várias linhas de água, como o rio Estorãos, áreas agrícolas e áreas florestais. A Área Protegida das Lagoas de Bertiandos e São Pedro d'Arcos estende-se ao longo de 350 hectares em território do concelho de Ponte de Lima, incluindo cerca de 22 quilómetros de percursos pedestres que permitem usufruir de paisagens diversas, típicas das zonas húmidas e rurais. O espaço transformou-se num local habitual de passagem de alunos de todo o país, nomeadamente na quinta pedagógica de Pentieiros, em que é que feita a produção animal e vegetal. A Área Protegida integra equipamentos vocacionados para a interpretação do património, como um centro de interpretação ambiental, rede de percursos pedestres, rotas histórico-culturais, a quinta de Pentieiros, o parque de campismo e caravanismo de três estrelas, o albergue (antigas cavalariças da quinta), ‘bungalows’ (unidades de alojamento complementares ao parque de campismo), centro de acolhimento, casa da sidra, quinta pedagógica, parque florestal.
Autor: Redação/Lusa