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Resvalando, resvalando, em direção ao abismo (2)

O processo de desconstrução da sexualidade binária, de derrube dos ordenamentos e conceitos tradicionais, de destruição da família, conta com muitos contributos.

No nosso anterior artigo, sob este mesmo título, elencamos alguns. Mas a lista pode bem crescer.

Assim, Judith Butler sustém que o sistema binário é uma prisão, uma limitação à liberdade. O seu livro Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity, de 1990, defende uma identidade flexível e fluida. Hoje sou homem, amanhã poderei ser mulher. E se me apetecer, volto a mudar. Até poderei optar por qualquer das hipóteses contempladas na já mencionada sigla: «LGBTQQIP2SAA+» (lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros, questionadores, queer, intersexuais, pansexuais, dois-espíritos, andróginos e assexuais; outra realidade qualquer). O ser homem ou mulher é irrelevante para a identidade da pessoa, é uma «ditadura da natureza», um espartilho de que é preciso libertar-se.

A Organização das Nações Unidas pegou bem ao pálio da derrocada de tradicionais valores. Ficou famosa a Conferência Mundial, por aquela promovida, em Pequim, no ano de 1995, sobre a Mulher. O documento final desse encontro – passo a parafrasear Douglas A. Sylva e Susan Yoshihara, “[…] não respeita a dignidade humana, procura destruir a família, minimiza a importância da maternidade, procura impor comportamentos sexuais depravados, promove a homossexualidade, o lesbianismo, a promiscuidade e o sexo nas crianças e destrói a autoridade dos pais sobre os filhos”.

Nem a Indonésia escapou a este cilindro ideológico que temos vindo a descrever, arrasador da família e da heterossexualidade. Um grupo de «especialistas» aí se reuniu, em Yogyakarta, no ano de 2007, para defender a ideologia de género. Há que pugnar pela livre escolha do sexo, da orientação sexual, da identidade. O género de cada um é questão de sentimento, resulta da autodefinição de cada um. Não existem dois géneros, mas tantos quantos as orientações sexuais. Já não há homens e mulheres, mas homens queer, mulheres lésbicas, homens e mulheres bissexuais, transexuais, intersexuais…

E a União Europeia, como se comporta perante tudo isto?! – Tudo tem feito para que a ideologia de género se imponha, penalizando quem se lhe opõe. Por via direta ou indireta, subsidia grupos de pressão ou organizações anti heterossexualidade.

Alguns dados)?! –A ILGA (International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association) é financiada, em mais de 60%, pela Comissão Europeia. Esta organização tem-se encarregado de promover as manifestações do «orgulho gay» em todo o mundo e de implementar uma agenda extremista, de que constam: total reconhecimento do «casamento» entre pessoas do mesmo sexo; direitos de adoção para os gays; benefícios sociais para os gays; legislação de silenciamento contra possíveis oponentes, tais como cristãos e muçulmanos…

Os grupos do lobby LGBTI são, de longe, os mais fortes grupos de pressão junto do Parlamento europeu.

Milhões de euros da União Europeia vão para o Fórum Europeu da Juventude (FEJ), que faz campanhas a nível europeu e internacional pelos direitos da juventude, pelejando pela «igualdade de género» e pelo «sexo «seguro».

Tudo tem feito a União Europeia, no ensino e por todo o lado, para impor a igualdade de género, ao mesmo tempo que apadrinha um ataque implacável às fundações morais da Europa.


Autor: José Paulo Abreu
DM

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27 outubro 2021