Os 1,15 milhões de europeus que integram as assembleias locais e regionais estiveram na linha da frente do combate à pandemia. A sua insatisfação com a situação atual é evidente. Nove em cada dez consideram que é (muito) importante que os municípios e as regiões tenham maior influência na elaboração das políticas nacionais. Nove em cada dez querem que o acesso aos fundos da UE seja mais fácil. Quatro em cada cinco pensam que os órgãos de poder infranacional devem ter maior influência na política da UE. Sete em cada dez acolheriam favoravelmente o apoio da UE à sua atividade de elaboração de políticas. Barómetro Regional e Local da UENa perspetiva deste dirigente europeu, a coesão digital e os objetivos ecológicos da UE são áreas onde é crucial «uma forte dimensão regional e local». O Barómetro Regional e Local constata que «a pandemia expôs uma clivagem profunda entre os órgãos de poder local e regional que já são capazes de aproveitar todo o potencial da transformação digital para ajudar as empresas a crescer e a inovar, bem como para servir os seus cidadãos, e os que ainda não estão totalmente digitalizados». A taxa de cobertura total dos agregados familiares da UE por redes digitais de capacidade muito elevada é de 44% nas zonas urbanas, contra 20% nas zonas rurais. «As disparidades entre as zonas urbanas e rurais na utilização diária da Internet são particularmente acentuadas na Bulgária, na Roménia, na Grécia e em Portugal. Por sua vez, a Suécia, a Finlândia e a Dinamarca registam o maior nível de coesão», indica o documento, acrescentando que os esforços envidados a nível nacional e da UE continuam a ser insuficientes: só a Alemanha, a Suécia, os Países Baixos e a Bélgica estão a reduzir as disparidades entre as zonas urbanas e rurais». Relativamente aos objetivos ecológicos da UE, o Barómetro indica que, «em alguns países, as dotações orçamentais totais para as políticas e a transição ecológicas absorvem, em média, 41% do orçamento dos PRR». No entanto, acrescenta, «uma análise mais ampla destes planos indica que se deve reforçar o seu alinhamento com o Pacto Ecológico Europeu, uma vez que muitos deles correm o risco de não cumprir o objetivo de afetar 37% da despesa ao domínio do clima». «A parca consulta dos municípios – uma das forças motrizes da luta contra as alterações climáticas – suscita grandes preocupações quanto à capacidade dos planos para resolverem os problemas mais urgentes no terreno», adverte o documento.
Autor: Luisa Teresa Ribeiro