Oexecutivo municipal aprovou, hoje, a abertura da primeira fase do concurso público para requalificação do Centro Cultural Dr. Francisco Sanches, refutando assim, em definitivo, a proposta da Plataforma Salvar a Fábrica Confiança, e apoiada pelo PS, que defendia a construção de uma residência universitária na antiga Escola Francisco Sanches e a migração do projeto do Centro Cultural para a Fábrica Confiança.
Em declarações aos jornalistas, à margem da reunião de Câmara, Ricardo Rio considerou este «um passo importante no avanço de um projeto muito ambicioso reconhecido por todos os interlocutores com quem a autarquia tem mantido um diálogo ativo como uma grande mais valia para o concelho».
Reaproveitar aquele edifício que está devoluto há vários anos e em fase de degradação em algumas das suas zonas para poder potenciar múltiplas valências, incluindo a instalação do arquivo, hoje disperso, e zonas de exposições e galeria, que acolherão, entre outros projetos, a Bienal do Eixo Atlântico são alguns dos objetivos do projeto. Também o auditório e antiga capela serão utilizados para múltiplas manifestações culturais, além de uma zona para acolher associações e atividades e outras valências ligadas à cultura, criando um pólo cultural «alinhado com a Estratégia Cultural 2030 e com as necessidades identificadas pelos agentes culturais do concelho».
A vereadora da CDU, Bárbara Barros, admite que ambos os equipamentos poderiam servir como equipamentos culturais, que ainda continuam a ser uma lacuna no concelho, mas salienta que também acompanha com apreesnão a questão da falta de camas para os estudantes universitários.
«Esta nova solução em acordo com a Universidade do Minho (UMinho) vem provar que as soluções não estavam esgotadas antes de alienarmos um edifício como o da Fábrica Confiança», afirmou, apontando a localização geográfica privilegiada deste edifício pela proximidade com a UMinho.
Relativamente ao edifício do futuro Centro Cultural Dr. Francisco sanches, Bárbara Barros reiterou também a preocupação com a concretização das respostas para que realmente o centro de torne um pólo agregador da cultura e do associativismo «e não aconteça o mesmo que sucedeu com outros espaços da cidade, como a antiga Estação de Caminhos de Ferro».
Bárbara Barros manifestou também esperança que o edifício da Fábrica Confiança possa acumular algum uso cultural importante para a ligação daquele pólo com o centro da cidade.
Já os vereadores do PS têm uma posição radicalmente oposta e consideram que «é uma questão de respeitar a História e o passado ».
«Se a Francisco Sanches foi durante tantos anos um espaço que acolheu estudantes e a Confiançaum local onde a cultura tinha ainda na altura do funcionamento da indústria um espaço capital, não deixa de ser curiosa esta inversão de papeis», sustentou o vereador Artur Feio, argumentando que «este é um processo que resulta da vontade expressa da UMinho, indo o Município a reboque».
Artur Feio defende ainda que «falta discussão e auscultação das forças vivas da cidade».
[Notícia completa na edição impressa do Diário do Minho]
Autor: Carla Esteves
Centro Cultural Dr. Francisco Sanches avança para "abrigar" Arquivo Municipal
Publicado em 26 de julho de 2021, às 17:01