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Mobilidade – Promessas que o vento levou (2)

Interfaces, Ligações Estruturantes e Zonas 30: É necessário construir parques periféricos (o Plano Diretor Municipal contempla interfaces no Novainho – Gualtar, e em Ferreiros) para convidar os automobilistas que chegam a Braga de carro a utilizar os transportes públicos e, dessa forma, aliviar o trânsito na cidade. Lamentavelmente, e não obstante as sucessivas notícias sobre o assunto, Braga ainda não dispõe dos prometidos interfaces. Acresce, como altamente negativo para o turismo e não só, o facto de Ricardo Rio ter-se alheado por completo durante sete anos das condições miseráveis oferecidas pela Central de Camionagem, local onde diariamente passam cerca de sete mil pessoas. As casas de banho, por exemplo, são terceiro-mundistas. Agora, justificando com o CODIV-19, fechou-as. Quando o presidente da Câmara prometeu resolver o nó rodoviário de Infias disse que naquele local o trânsito é comparável com a Ponte 25 de Abril mas, mesmo assim, não hesitou em aprovar para ali uma bomba de gasolina que, afinal, já tem um estabelecimento de fast food e mais um supermercado. E que dizer da travessia da Av. Padre Júlio Fragata, para a qual existem diversos encomendados pela maioria do executivo, com diferentes soluções e sobre a qual nada se fez? Convirá lembrar que esta obra permitirá ligar Gualtar ao Centro da Cidade, com transporte público e mobilidade ativa nos dois sentidos, através da Estrada Velha, passando em frente ao Campus de Gualtar, circulando pela Rua Nova de Santa Cruz e continuando pela Rua D. Pedro V e Rua de S. Victor, até chegar à Avenida Central. É uma obra que constou do Plano de Investimentos de 2016, mas, até hoje, Ricardo Rio nada fez. Ao invés disso, avançou com uma estranha obra na Rua Nova de Santa Cruz, anunciada na véspera do seu início, e que ignorou a oposição dos moradores, comerciantes, transportes públicos (incluindo os TUB) e associações locais. Três anos depois, não temos árvores, continuamos com mobiliário urbano de contrafação e os TUB deixaram de servir milhares de cidadãos. Curiosamente, o presidente da Câmara nunca inaugurou esta obra. Porque será? Noutros pontos da cidade a situação não será melhor. Todos se recordarão de Rio dizer que a Rua do Caires iria ser a rua mais inteligente do país. Três anos depois continuamos imóveis, a desesperar nessa rua congestionada. Todos concordaremos que as zonas residenciais devem ser calmas, para as crianças poderem brincar e, portanto, onde o carro não tenha toda a prioridade. Mas Ricardo Rio, fazendo lembrar o PSD da troika, quis ir mais além e criou quatro zonas 30 desligadas do resto do território e que não solucionam os problemas identificados. É bom relembrar que a “…reputada especialista…” e ex-vereadora social-democrata em Penafiel, foi a projetista destas obras, cheias de erros técnicos, omissões e maus cálculos, que obrigaram a diversos trabalhos-a-mais. Ou seja, como sucedeu em relação ao aumento da zona tarifada de estacionamento proposta pelo PS, mais tarde ou mais cedo os erros e teimosias de Ricardo Rio acabarão por ser corrigidos, naturalmente e infelizmente com novos custos para os bracarenses.
Autor: Artur Feio
DM

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17 novembro 2020