twitter

A reparação dos candeeiros do jardim de Santa Bárbara e a leviandade das redes sociais

O jardim de Santa Bárbara que faz jus à Santa que, conjuntamente com a Fonte do séc. XVII, em estátua e alma nele habita, é um dos ex libris da cidade de Braga e um dos justamente “ai Jesus” dos bracarenses.

A Ala Medieval do Paço Episcopal que o ladeia transforma o Jardim de Santa Bárbara num lugar idílico que o torna especial, aconchegante, num enquadramento paisagístico muito belo, desde que não se olhe para a parte oposta, vítima da voragem da fraca construção de Braga de outros tempos.

Algum tempo atrás tive o privilégio de observar o jardim de Santa Bárbara a partir do cume do Paço Episcopal, edifício neogótico onde funciona a reitoria da nossa Universidade do Minho e perceber o jardim de uma forma ainda mais idílica que hei de reter na memória enquanto Deus me der condições para o fazer.

Assim, o Jardim, criado desde 1955, é usado para passeio, para conversar, para ser apreciado, para conviver, para namorar, para cheirar as flores, ou só para se lá estar. Está florido quase todo o ano, tendo as suas cores vivas inspiradas em tapetes persas – como é dito pelo povo – numa complexa composição de geometria variada e florida.

Num enquadramento perfeito temos os seus candeeiros, peças muito belas que lhe dão uma unidade intrínseca em qualquer hora do dia.

Em determinada ocasião os candeeiros do nosso jardim tiveram de ser retirados pelo município e ficaram algum tempo em reparação, como é perfeitamente normal.

Gerou-se, consequentemente, nas redes socais algum movimento de inquietação de um exagero tal que se aquilata da superficialidade e leviandade do muito que aí se escreve.

Ora vejamos:

Alguém, num belo dia, resolveu perguntar nesses espaços públicos que a net hoje nos proporciona, o que era feito dos candeeiros do Jardim de Santa Bárbara.

Como é costume não faltaram palpiteiros, que dão opinião por tudo e por nada, grandes sabichões, gente que achava que teriam sido roubados, outros que teriam sido retirados e perdidos.

Até eu próprio fui indagado para indicar, como deputado municipal (embora em regime de substituição) qual era o destino dos ditos candeeiros. Algo que fiz prontamente, após consulta aos serviços municipais : os candeeiros há muito que ( não) funcionavam ininterruptamente e precisavam de ser reparados. Tratei, em consequência, dar conhecimento ao público internauta ávido de informação .

Mesmo assim os negativistas do costume - cuja grande inquietação com Braga mais não pretende do que atingir determinados fins políticos ou partidários facilmente percetíveis – não desistiam e achavam absurdo que os candeeiros não estivessem no local adequado.

Pois bem, os vidros em globo por onde os candeeiros irradiam a sua luz, tiveram de serem reparados numa empresa em Lisboa – das únicas especialistas no país nesse tipo de trabalho – com moldes à medida.

A própria estrutura dos candeeiros, cuja cabelagem estava absoleta, rompida e danificada teve de ser devidamente reparada.

Alguns dos candeeiros tinham sido também objeto de vandalismo.

Após a reparação, demorada e feita por especialistas, dado se tratarem de peças de grande valor, foram colocados no lugar e lá estão a alumiar o jardim durante e a noite e integrarem o jardim durante o dia, numa unidade bela e harmoniosa.

Esperava-se que os grande “preocupados” pelo destino dos candeeiros nas redes socais que, mesmo após as respostas anteriores às suas inquietações públicas, continuaram a romper a alma de dor com a falta dos candeeiros, dessem agora dimensão à sua grande satisfação e alegria por os candeeiros estarem no seu lugar, devidamente reparados, a continuarem durante muito tempo a exercer a sua função.

Qual quê? Nem uma palavra, nem um reconhecimento. Nada, absolutamente nada. Um zero absoluto. Deram a imagem que os candeeiros nunca deveriam ter saído do lugar mesmo que avariados, a caminho da ruína e destruição. Tudo lhes serve para criticar, sem perceber o ridículo em que se tornam.

Com oposicionistas assim bem pode o atual poder autárquico estar bem descansado.


Autor: Joaquim Barbosa
DM

DM

7 outubro 2020